Depois
de flertar com a irresponsabilidade fiscal em 2015, o PSDB promete não
acender mais o pavio das pautas-bomba na Câmara. É o que diz o novo
líder do partido, o baiano Antonio Imbassahy.
Em
setembro passado, o deputado foi um dos 51 tucanos que votaram pela
derrubada do fator previdenciário, regra criada no governo FHC para
evitar as aposentadorias precoces.
O
ex-presidente reclamou, e a sigla foi acusada, com razão, de apostar no
"quanto pior, melhor" para desgastar o governo. Cinco meses depois,
Imbassahy afirma que a bancada errou nessa e em outras votações com
impacto nas contas públicas.
"Cometemos
algumas extravagâncias no ano passado. Foi uma coisa fora da nossa
história, nós reconhecemos isso", penitencia-se o deputado, que
substituiu o paulista Carlos Sampaio na liderança do partido.
O
tucano estende a autocrítica a outras propostas que atrapalharam o
ajuste fiscal, como os aumentos indiscriminados para o funcionalismo.
"Não cabe à oposição fazer coisas malucas. Essas pautas eram
corporativas e fisiológicas. Apoiá-las foi um erro danoso ao partido",
afirma.
Em
2016 a atitude do PSDB será diferente, diz Imbassahy. "Não faremos nada
para sabotar o ajuste. Vamos facilitar o que for necessário para
revigorar a economia, com a condição de não apoiar a criação de novos
impostos, como a CPMF."
Apesar
da promessa de colaboração com o Planalto, o tucano não desistiu de
pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele reconhece que a
tese perdeu força, mas conta com sua retomada em março.
Imbassahy
também promete defender a queda de Eduardo Cunha, com quem o PSDB
manteve uma aliança branca em 2015. "Nosso entendimento é que ele não
tem mais condições de permanecer na presidência da Câmara", afirma.
Perguntei se ele frequentará a residência oficial do peemedebista, como
fazia o seu antecessor. "De forma alguma", prometeu o novo líder tucano.
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