É preciso ter nervos de aço, dentes à mostra e muita cabeça.
Tornou-se evidente que, depois que se foi afastando a possibilidade
de impeachment de Dilma – primeiro, com a rearticulação com o PMDB;
depois, com a desmoralização de Eduardo Cunha – a mira do golpismo
brasileiro voltou-se quase que exclusivamente para um único alvo: Lula.
A "batida" policial no escritório de um de seus filhos é só um pedaço
de uma ofensiva inciada há algum tempo e que não vai parar, porque há
um nítido ânimo – talvez seja melhor chamá-lo de obsessão – no
Ministério Público e na Polícia Federal para "pegar o Lula", seja lá por
que for, como for e por meio de quem for.
E sempre, ou quase sempre, numa família ou num círculo de amigos,
auxiliares ou simples conhecidos quem tenha feito, com o perdão da
expressão, "alguma cagada". Seja em relação a Lula, a mim, ao Zé ou ao
Antônio.
A parentalha da direita, claro, faz o que quer e bem entende, porque
os nossos guapos "homens de preto" não lhes dão a menor bola.
A ilusão das "instituições republicanas" numa sociedade rachada de
forma abismal como a nossa transforma-se numa politização desabrida,
segundo o corte de classe dos seus integrantes. Devidamente concursados e
fartamente remunerados – inclusive com penduricalhos de escassíssima
moralidade – , vão nos livrar destes "inferiores e ladrões" da política.
Os da esquerda, claro, porque os da direita estalavam os dedos e mandavam tudo para as gavetas.
E depois, há uma vantagem: não é preciso provar nada. Basta ter feito
um contrato qualquer com qualquer um que tenha se metido em maracutaias
para que seja exposto como provável ladrão.
As provas, ah, estas ficam para daqui a um ano, quando as "sentenças" já tiverem transitado na opinião pública.
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