247 - O ex-ministro Gilberto Carvalho emitiu uma
nota nesta quarta-feira (28) na qual reage ao pedido dos investigadores
da Receita Federal que pediram, no âmbito da Operação Zelotes, a quebra
dos sigilos fiscal e bancário dele e dos seus filhos Gabriel, Myriam e
Samuel Carvalho.
"Reajo hoje com a indignação de quem serve ao país há 19 anos com a
honestidade que recebi dos meus pais e com o desejo central de mudar a
vida dos pobres deste País. Reajo com a dor de um pai que vê seus filhos
expostos à execração pública sem que nenhum fato, nenhuma acusação
formal tenha sido contra eles apresentada", afirmou o petista.
Segundo ele, "a quebra dos sigilos fiscal e bancário apenas atestará
de maneira definitiva o que afirmo": "Meu patrimônio pessoal se
restringe à posse de uma chácara de 3 hectares na região do Entorno
(Goiás), a um apartamento financiado por 19 anos no Banco do Brasil e um
veículo que tem o valor de R$45.000,00. Minha filha era proprietária de
uma empresa que infelizmente quebrou e tem uma dívida a pagar com
bancos de pouco mais de um milhão de reais. Meus dois filhos são
funcionários públicos com rendimentos em torno de R$5.000,00. Não tenho
nada a esconder. E me orgulho de não ter acumulado bens".
"Não tenho medo de ser investigado e considero dever da Polícia
Federal, da Receita Federal e de qualquer órgão de controle realizar a
investigação que julgar necessária. Faz parte do ônus e dos deveres
inerentes da vida pública. O que não vale e não pode é de maneira
fantasiosa e leviana fazer interpretações ridículas de material
apreendido com pessoas suspeitas e transformá-las em acusação, sem prova
alguma, contra pessoas honradas e dar publicidade a tais interpretações
como se verdades fossem. Quem vai lavar a honra de meus filhos
enxovalhada por tal irresponsabilidade? Basta ter acesso ao relatório da
Receita Federal e da Polícia Federal colocados ontem a público para
constatar o que afirmo", complementa.
Na nota, ele repete o que afirmou em depoimento à Polícia Federal.
"Desafio que provem o contrário: recebi o Sr. Mauro Marcondes, na
condição de vice-presidente da Anfavea, que estava em busca de audiência
com o Presidente Lula. As mensagens eletrônicas trocadas foram sempre
por meio do e-mail oficial. Nunca o encontrei fora do meu gabinete.
Nunca tratei com ele do mérito da MP 471, ou da MP 512, aprovadas por
unanimidade no congresso com elogios de vários próceres da oposição,
porque beneficiavam o desenvolvimento do setor automotivo no País e
particularmente no Nordeste e Centro Oeste. Jamais o Gabinete do
Presidente Lula teve em qualquer momento participação em negociatas
desta natureza. E não há nenhuma acusação sustentável a respeito disso.
Estou tomando as providências jurídicas cabíveis para não apenas fazer a
defesa de minha família como para responsabilizar a todos que de
maneira leviana e irresponsável atacam a honra de quem sempre lutou pela
justiça", diz.
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