Jânio de Freitas - Folha de S.Paulo
Se
é em nome da ética e da lei que o ex-promotor Hélio Bicudo e o jurista
Miguel Reale Jr. vão entregar a Eduardo Cunha, como previsto para hoje
(20), o pedido de impeachment da presidente, está subentendido um aval
moral que implica os dois também em atitude inversa: a defesa, contra a
cassação já pedida, do personagem das manchetes mais recentes, aqui, e
de investigações criminais na Suíça.
O
documento e o ato providenciados pelo PSDB com Bicudo e Reale são
oportunos em um sentido adicional. Configuram bem a balbúrdia ética e o
nonsense instalados nas relações entre Poderes, no Congresso e em
particular na Câmara, na imprensa e na contaminação epidêmica de ódios.
De tudo resultando a perda generalizada de percepção da realidade, mesmo
para ilustrados como Reale e Bicudo.
Ainda
que ocorressem em dias ou semanas próximas, o falado afastamento de
Cunha e a superação do impeachment não trariam a rearrumação em futuro
próximo. O rescaldo desse ambiente caótico será grande e difícil. Mas
nem por isso há quem esteja pensando nisso.
Em países primários é assim
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