quinta-feira, 6 de agosto de 2015

PSDB discutiu golpe na casa de Tasso Jereissati

Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo
O PSDB ofereceu um jantar ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para discutir o agravamento da crise política e a possibilidade de abertura de um processo de impeachment contra Dilma Rousseff.

O encontro ocorreu na noite de terça (4), no apartamento do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Participaram os últimos dois presidenciáveis tucanos, os senadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP).

Eles discutiram cenários no caso de destituição da presidente e eventual posse do vice, Michel Temer.

No jantar, integrantes dos dois partidos afirmaram que o governo está "perdido", mas chegaram a um consenso de que a tese do impeachment "não está madura", relataram à Folha quatro participantes do jantar. Peemedebistas e tucanos criticaram as manobras do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para tentar acelerar a abertura de um processo de impedimento. Eles afirmaram que seria melhor esperar as manifestações do dia 16 e o julgamento das pedaladas fiscais no Tribunal de Contas da União.

Também foram feitas críticas à aprovação de uma "pauta-bomba" na Câmara, na contramão do ajuste.

Serra afirmou que os deputados estão cometendo "loucuras fiscais" ao aprovar projetos que aumentam os gastos públicos e reajustam os salários de servidores acima da inflação.

O tucano fez coro com o senador Romero Jucá (PMDB-RR) ao prever o agravamento da crise econômica nos próximos meses. Os dois traçaram um cenário de alta do desemprego e paralisação dos investimentos privados. Os senadores discutiram as consequências econômicas de um possível impeachment.

O jantar foi descrito por tucanos como um gesto para se aproximar de Renan, que tem feito críticas públicas ao ajuste fiscal e à coordenação política do governo. No início do ano, o PSDB apoiou a candidatura de Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) à presidência do Senado.

Também participaram os líderes do PMDB, Eunício Oliveira (CE), e do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), além do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

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