SP 247 -
Ontem, em audiência pública no Senado Federal, o ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo, garantiu aos parlamentares que o convidaram a
prestar esclarecimentos, incluindo nomes da oposição atingidos pela
suspeita de envolvimento com o cartel dos trens, como o senador Aloysio
Nunes Ferreira (PSDB-SP), que a Polícia Federal terá total autonomia
para investigar o chamado propinoduto tucano (leia mais aqui).
Motivos
para isso não faltam. Reportagem desta quarta-feira dos jornalistas
Fernando Gallo, Ricardo Chapola e Fausto Macedo, do Estado de S. Paulo
(leia aqui), confirma que a Siemens distribuiu propinas no Brasil. A revelação foi feita por ninguém menos que Mark
Willian Gough, executivo australiano que reside em Munique e foi
vice-chefe do setor de compliance, que disciplina regras internas de
conduta, da multinacional alemã.
A
conta usada para pagar propinas era administrada pelo ex-presidente da
multinacional no Brasil, Adilson Primo, que movimentou cerca de US$ 7
milhões no paraíso fiscal de Luxemburgo. Em seguida, os recursos
passaram pela conta de um funcionário de reserva da Marinha e pelas mãos
de doleiros presos na investigação do caso Banestado – esquema de
lavagem de dinheiro que movimentou mais de US$ 30 bilhões.
O
executivo disse à Polícia Federal que "pode esclarecer que, no seu
entender, todo o esquema foi dirigido por Primo em nível intelectual".
Afirmou ainda que as transferências foram
"feitas sob as instruções e a mando de Primo". Isso transforma o
ex-presidente da multinacional no Brasil, que hoje vive na cidade
mineira de Itajubá, em peça central da investigação sobre o pagamento de
propinas em São Paulo e ele será convidado pela Polícia Federal a
indicar os destinatários das comissões ilegais.
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