CARLOS BRICKMANN
No Brasil,
todos são iguais perante a lei. Mas o desembargador maranhense Megbel
Ferreira, condenado pelo Conselho Nacional de Justiça por favorecer uma
empresa num acordo com a Prefeitura de São Luís, não levou nem multa:
foi punido com aposentadoria compulsória, mantendo o salário integral.
Revogou-se a maldição bíblica: o fora da lei ganha o pão sem o suor de
seu rosto.
Não é caso
único: o juiz Marcos Antônio Tavares matou a esposa, cumpriu pena, mas
continua como juiz titular, com todos os vencimentos e vantagens, embora
não possa exercer o cargo. O promotor que dirigia em excesso de
velocidade, alcoolizado, na contramão, e provocou o desastre que matou
uma família inteira, foi transferido de seu posto - só isso. E passou do
Interior para a Capital.
Há a menina
L.B., de 15 anos - mulher e menor. Foi posta na cela de uma delegacia
com 20 homens, por 26 dias. Era previsível: sofreu mais de cem estupros.
A juíza que a enviou para a cela masculina foi punida com aposentadoria
e salário integral. Recorreu e ganhou. E exerce o mesmo cargo em outra
comarca.
Somos todos iguais perante a lei, mas há alguns que são muito mais iguais.
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