Até junho de 2013, GM produzia em média 150 unidades do veículo por dia, mas produção na planta ficou "economicamente e financeiramente inviável", segundo executivo
A General Motors decidiu antecipar o fim da
produção do sedã Classic na fábrica de São José dos Campos (SP), antes
previsto para dezembro. Com isso, a empresa espera que os cerca de 850
funcionários e alguns agregados do setor entrem num Programa de Demissão
Voluntária (PDV), do contrário, serão dispensados e receberão apenas a
indenização prevista em lei.
Na sexta-feira (16), o diretor de assuntos
institucionais da GM, Luiz Moan, se reuniu com o presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos local, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, para
comunicar a decisão. Segundo o executivo, a produção ficou
"economicamente e financeiramente inviável". Até meados de junho eram
produzidas em média 150 unidades do Classic por dia.
A linha - a última que produz automóveis no complexo do
Vale do Paraíba - está parada desde 22 de julho, quando a empresa deu
férias coletivas aos trabalhadores e, depois, licença remunerada,
estendida até dia 30 deste mês. Nesse intervalo, obteve 178 adesões ao
PDV.
"A GM está rasgando um acordo feito em janeiro,
exaustivamente negociado entre as partes, na presença de representantes
da Prefeitura e dos governos do Estado e Federal", disse Macapá. "Vamos
avaliar se recorremos à Justiça, mas na quarta-feira faremos assembleia
que definirá novos protestos."
O acordo previa a manutenção dos empregos e da produção
do Classic em São José até 31 de dezembro. O carro também é produzido em
São Caetano do Sul (SP) e na Argentina e vende, em média, 10 mil
unidades por mês no Brasil.
Outros três veículos feitos no Vale do Paraíba -Corsa,
Meriva a Zafira- saíram de linha em 2012. Desde então, a GM discute o
futuro da unidade e dos funcionários. O complexo abriga outras fábricas
que produzem a S10, Trailblazer, motores, componentes e kits para
exportação. Na sexta-feira, a empresa e o sindicato voltam a se reunir.
Macapá promete ir a Brasília falar com representantes do
governo federal. "É inadmissível que a empresa, embora esteja aumentando
suas vendas e obtendo todo tipo de benefícios fiscais por parte do
governo Dilma, decida romper um acordo e acabar com a produção de toda
uma fábrica."
Como parte de um acerto com o sindicato, a GM já definiu a
fábrica de São José dos Campos para receber um investimento de R$ 2,5
bilhões para a produção de um novo carro global. Esse projeto, contudo,
depende da aprovação da matriz americana que, segundo Moan, ainda avalia
se o Brasil será escolhido para abrigar o carro global, provavelmente
um compacto. Outros dois países estariam na disputa. "Se o projeto for
aprovado para o Brasil, será na fábrica de São José", disse.
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