O
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal brasileiro subiu 47,5% nas
últimas duas décadas, saindo da classificação "muito baixo" para o nível
considerado "alto".
Essa é a uma das
principais conclusões do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013,
pesquisa da ONU feita com a ajuda do Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), subordinado à Presidência da República, e da
Fundação João Pinheiro, do governo de Minas Gerais. O estudo foi
divulgado hoje.
Os dados foram calculados usando os Censos de 1991, 2000 e 2010 --e não captam, portanto, o governo Dilma Rousseff.
Um número que
exemplifica o novo cenário é a quantidade de municípios de IDHM "muito
baixo". Em 1991, eram 85%. Hoje, são apenas 0,6%. Já a quantidade de
municípios brasileiros com IDHM "muito alto" saltou de 0 em 1991, 133 em
2000 (2,4%) para 1.889 (33,9%) em 2010. Isso significa que um a cada
três municípios do Brasil hoje tem IDHM "alto".
O IDHM é uma
versão local do IDH, o índice social sintético usado pela ONU para
avaliar o grau de desenvolvimento humano em países e considerado um
contraponto a outras estatísticas --como o crescimento do PIB (Produto
Interno Bruto), por exemplo.
Tanto o IDH quanto
o IDHM usam três dimensões (Longevidade, Renda e Educação) para criar
um número que vai de 0 (pior) a 1 (melhor). No entanto, as variáveis
globais e locais de cada categoria são diferentes, impedindo que eles
sejam comparáveis.
Segundo os atuais
critérios, o IDHM brasileiro em 1991 era de 0,493 (próximo do teto da
classificação "muito baixo", que é 0,500).
Após quase dez
anos, comandado no plano federal pelos governos de Fernando Henrique
Cardoso (PSDB), o índice subiu 24,1% e chegou a 0,612 --ou "médio",
segundo a escala estabelecida.
Na década
seguinte, dominada pelos governos petistas de Lula, o número continuou
crescendo, ainda que de maneira menos acelerada (18,7%), e alcançou em
2010 0,727, quebrando a barreira de 0,700 a partir da qual o IDHM é tido
como "alto".
Dentre as três
dimensões, a que tem o menor "hiato", ou seja, a mais próxima da nota
máxima de 1, é longevidade (esperança de vida ao nascer). Seu índice é
de 0,816. Em seguida está a renda (renda mensal per capita), com 0,739,
seguida então da educação (0,637).
No entanto, em
termos de crescimento, a última é que tem o melhor desempenho (aumentou
128,3% nos últimos 20 anos). Em grande medida, esse aumento é explicado
pelo baixo patamar do qual o número saiu: 0,279 em 1991.
A categoria é
ainda a que passou pela principal mudança metodológica na publicação
deste ano. Antes, ela era medida pela taxa bruta de frequência escolar.
No entanto, os pesquisadores entenderam que o país já ultrapassou a fase
que a mera frequência era o aspecto mais relevante da dimensão e
passaram a contar a evolução dos alunos no ciclo escolar.
O índice da
categoria agora é uma média da porcentagem de crianças de 0 a 6 anos na
escola, da porcentagem das crianças de 11 a 13 anos nos anos finais do
fundamental, da porcentagem de adolescentes de 15 a 17 anos com
fundamental completo e da porcentagem de adultos entre 18 a 20 anos com
médio completo.
Com a publicação do novo Atlas já sob o novo cálculo, os IDHMs anteriores ficam desconsiderados.
MELHORES E PIORES
O Atlas permite ranquear os municípios tanto em relação ao IDHM quanto às suas dimensões.
Após dez anos, as
três primeiras posições da lista continuam inalteradas: em primeiro
lugar está São Caetano do Sul (SP), com IDHM de 0,862. Em seguida vem
Águas de São Pedro (SP), com 0,854. Depois aparece Florianópolis (SC),
com 0,847 --é a capital melhor colocada.
Já as três piores são Melgaço (PA), com IDHM de 0,418, seguida de Fernando Falcão (MA), com 0,443 e Atalaia do Norte (0,450).
Dentre as Unidades
da Federação, o Distrito Federal (0,824) é a primeira. Mas o caso do
DF, por ter uma população pequena e com forte presença de funcionários
públicos federais, é considerada uma exceção. O Estado com melhor IDHM é
São Paulo (0,783), seguido por Santa Catarina (0,774).
Com informações da Folhaonline
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