DO BLOG DE RICARDO KOTSCHO
Desistiram
de Serra, não conseguem confiar em Aécio, ainda não descobriram qual é a
de Eduardo Campos e não botam fé na sustentabilidade de Marina Silva.
Sem candidatos viáveis para enfrentar Dilma Rousseff, o antigo aparato
midiático-jurídico-financeiro resolveu jogar todas as suas fichas para
desidratar a popularidade e combater o governo da presidente em várias
frentes, após a divulgação das últimas pesquisas que apontam seu amplo
favoritismo para ganhar as eleições de 2014 já no primeiro turno.
Acabou a
trégua que a grande imprensa concedeu a Dilma, na esperança de desgastar
a sua imagem, a do seu partido e a do seu principal cabo eleitoral, o
ex-presidente Lula. no episódio do mensalão. Também não deu certo a
estratégia de jogar criador contra criatura, preservando a imagem de
Dilma enquanto miravam todos os seus ataques em Lula e no PT.
Nas últimas
semanas, enquanto criticam a antecipação da campanha eleitoral,
colocando a culpa no governo, amplos setores da mídia parecem ter
adotado uma pauta única em capas de revistas, editoriais e manchetes de
jornais, que consiste em mostrar a inflação fora de controle e o colapso
da infraestrutura e dos serviços públicos, diante da inércia do
governo.
A um ano e
meio da eleição, as críticas já resvalam também para aspectos pessoais
da personalidade da presidente, até das suas dificuldades para se
expressar com clareza, que teria provocado a polemica em torno do
aumento dos juros.
O estado
d´alma dos dois principais jornais paulistas se revela nas manchetes
políticas desta segunda-feira, que mostram uma estranha coincidência.
"Setor
financeiro resiste a Dilma, mas aponta fragilidades de Aécio e Campos",
constata o "Estadão", que ouviu "10 influentes integrantes do mercado
sobre os principais personagens políticos do País", sob a condição do
anonimato.
"Corrida com
barreiras" é a manchete da "Folha", que conclui: "A um ano e meio da
disputa, pré-candidatos à Presidência da República tentam neutralizar
fragilidades e já atuam como se estivessem a poucos meses da eleição".
A explicação
está nos números que acompanham o infográfico com os problemas e as
vantagens dos candidatos: no último Datafolha, Dilma tem 58% de
intenções de voto; em segundo lugar, vem Marina Silva, com 16%, mas
ainda sem partido, seguida por Aécio Neves, com 10%, e Eduardo Campos,
com 6%. E Dilma, além da sua oceânica aliança, conta com o dobro de
tempo de televisão dos seus três adversários somados.
Nem é preciso
perder muito tempo lendo o noticiário sobre a corrida eleitoral, que é
mais ou menos o mesmo em todas as publicações _ e assim será, pelo menos
até que os antigos donos do poder encontrem um candidato confiável para
chamar de seu. Até lá, Dilma vai continuar apanhando, já que não há
outro jeito de mudar os resultados das pesquisas, embora esta estratégia
também não esteja dando muito certo.
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