Durante os últimos anos, a tal “lei da ficha limpa” – na visão deste
blog, um erro na forma como foi concebida – serviu para muito
reacionário se masturbar sonhando em condenar in limine a esquerda, pois
esse tipo de paciente mental acredita na mídia quando criminaliza
políticos progressistas e acoberta reacionários.
Eis que, no último sábado, o jornal Folha de São Paulo tratou de
divulgar um dado que viria à tona de um jeito ou de outro: o PSDB é o
campeão em políticos fichas-sujas. Ou seja: dos 317 políticos de
diversos partidos barrados pela Justiça para disputar eleições neste
ano, o PSDB é o que contribui mais para engrossar tal contingente.
Dos 317 políticos barrados, 17,66% (ou 56 pessoas) são do PSDB,
15,45% (ou 49 pessoas) são do PMDB e só 5,67% (ou 18 pessoas) são do PT.
Este blog teve a curiosidade de, no dia seguinte à notícia, ir
conferir o jornal que a divulgou. Afinal, se o campeão de candidatos –
ou pré-candidatos – fichas-sujas fosse o PT, o periódico estaria
coalhado de colunas, artigos e cartas de leitores abordando a
degenerescência moral do “petismo”, do “lulismo” ou, melhor ainda, do
“lulo-petismo”.
Sabe o que se encontrou sobre o protagonismo ficha-suja dos tucanos,
leitor? Nada. Até se entende a afasia do colunismo da Folha em tripudiar
sobre o dado negativo para o partido a que serve, mas esperava-se que
ao menos na coluna de leitores alguém apontasse a contradição
insuperável entre o discurso tucano sobre “ética” e a prática.
Se a Folha quis demonstrar “isenção” divulgando um dado que viria a
público de qualquer jeito, deveria ao menos ter disfarçado melhor e
terminado o serviço permitindo que alguém comentasse a desmoralização
das pretensas vestais da política brasileira contida na notícia sobre o
ranking dos fichas-sujas.
Fonte : BLOG DA CIDADANIA
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