"Se o presidente continuar apoiando vocês nesse clima pesado, ele vai levar um impeachment pela frente, hoje ou amanhã. Quem garantiu a esta Casa, neste governo Bolsonaro, a liberdade de nós atuarmos, modéstia à parte, fui eu! Fui eu, porque ele queria fechar o Parlamento, ele queria fechar o Supremo Tribunal Federal. Ele foi às ruas na manifestação contra nós. Então, ninguém tem o direito de tratar desse tema comigo", disparou.
A reunião foi realizada para definir o rito eleitoral da Presidência da Câmara, que ficou marcada para 1° de fevereiro e de forma presencial, a contragosto de Rodrigo Maia.
Aliada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a deputada Soraya irritou o colega ao questionar a condução do encontro e falar em prática ditatorial. "Não podemos aceitar a ditadura em pleno século 21", disse.
"Deputada, nunca mais fale de ditadura comigo. Nunca mais! A senhora não sabe o que meu pai passou. Meu pai foi torturado, colocaram no ânus dele um cassetete, levou um tiro, e só não morreu porque estilhaçou na grade. Nunca mais trate desse tema comigo", reagiu Maia.
O presidente da Câmara prosseguiu: "Quem defende a ditadura é o presidente que vocês apoiam, o presidente da República. Não somos nós, que estamos defendendo esta Câmara independente. Vocês estão tentando sequestrar a Presidência da Câmara, e não vão sequestrá-la enquanto eu for Presidente!"
Rodrigo Maia concluiu a fala ao dizer que não aceitava uma declaração assim em razão de a Ditadura Militar brasileira ter perseguido seu pai, o ex-prefeito do Rio Cesar Maia, hoje vereador da capital fluminense pelo DEM. O presidente da Câmara nasceu em 1970, em Santiago, no Chile, onde o pai se exilou.
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