FERNANDO BRITO ·no Tijolaço
Nova reportagem da série “Vaza Jato” publicada pelo The Intercept mostra que, além de atropelar a lei obtendo “por fora” inquéritos sigilosos tocados por outros procuradores, em Brasília, revela a hipocrisia de Deltan Dallagnoll e sua turma ao se recusarem a permitir o acesso do Procurador Geral da República sobre os milhões de documentos armazenados em Curitiba.
Aliás, o faziam e ainda tinha a manifesta preocupação de que a violação não fosse percebida por outros procuradores: “não vamos deixar transparecer que tivemos acesso, porque já teve briga na PRDF [Procuradoria Federal do Distrito Federal] por conta de acesso à esses autos”, diz Paulo Roberto Galvão, um dos procuradores da Lava Jato.
Tudo, claro, para sabe de mais elementos que pudessem servir para acusar “o nono elemento”, ou o “Nove”, como chamavam, por causa da amputação de um dedo, o ex-presidente Lula. Pior, para fazer, a partir de investigações já instauradas em outros Estados, forjar o surgimento de “novas provas” e atraírem para a Lava Jato de Curitiba o que seria de competência de outros procuradores;
O procurador Roberto Pozzobom sugere “pedir para os colegas mandarem informalmente uma cópia integral digitalizada” para que pudessem “minimizarmos ao máximo o risco de perder o caso por competência [judicial]”.
Não são violações fortuitas, mas sistemáticas, deliberadas e conscientemente ocultadas, para manipular a distribuição natural dos processos e assegurar que “o novo elemento” ficasse sempre entregue a eles e ao juiz Sérgio Moro.
É inacreditável que um ministro do Supremo, Luiz Edson Fachin, esteja sendo cúmplice da ocultação dos arquivos que podem comprovar esta e outras irregularidades, processuais e disciplinares, dos “intocáveis de Curitiba”.
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