Helena Chagas no Blog Os Divergentes
A Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, deve deixar o cargo em um mês. Depois de trabalhar algum tempo pela recondução à revelia da lista tríplice eleita pela categoria, o que gerou mal estar interno, parece ter percebido que as chances eram próximas de zero. E faz o caminho de volta aos seus. Isso explica a benevolência da chefe do Ministério Público com o procurador Deltan Dallagnol, da Lava Jato, e a contundência do parecer divulgado neste fim de semana pelo arquivamento do inquérito aberto de ofício no STF para apurar ataques virtuais a seus ministros.
No parecer, Raquel elevou o tom a ponto de dizer que o inquérito aberto por Dias Toffoli e relatado por Alexandre Moraes fere a Constituição e que sua existência tornaria o Supremo semelhante a um “tribunal de exceção”. Ela sabe que, com isso, desagrada a suprema Corte do país. Mas, sem recondução no horizonte, espera agradar à própria categoria, na qual continuará atuando. Por isso, não esperem, de Dodge, qualquer apoio a uma possível punição a Dallagnol no Conselho Nacional do Ministério Público.
Apesar disso, são delicadas as circunstâncias do próprio Dallagnol – cujo afastamento da Lava Jato, voluntário ou não, é considerado inevitável – e do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro.
Desgastado com a divulgação de seguidos diálogos impróprios pelo site The Intercept e outros veículos, Moro recolheu-se nos últimos dias e amanheceu o domingo na defensiva por conta de mais uma mensagem publicada na Folha mostrando que fez uma palestra paga e não revelada a seus superiores.
Leia artigo na íntegra clicando ao lado: Raquel, Moro, Toffoli, Jair e suas circunstâncias
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