A classe dominante brasileira, que sempre foi egoísta, irracional, insensível, escravocrata e mais uma dúzia e meia de adjetivos que qualificam a sua incapacidade de reconhecer seu povo como seres humanos ganhou, nos últimos tempos, um outro, o de cafajeste.
Vá lá que Jair Bolsonaro, reconhecidamente um pitecantropo em matéria de convívio social – aliás cm confissões explícitas como a de “levantar a borduna” deixa isso claro – mas o Ministro da Economia, Paulo Guedes, voltar à baixaria presidencial dizendo que “a mulher do Macron é feia mesmo”, para gargalhadas de uma plateia de empresários é de uma imundície muito mais grave, porque ele, ao contrário de Bolsonaro sabe perfeitamente o que está fazendo.
Não que eu esteja fazendo o gênero de “politicamente correto”, até porque acho que a resposta a este tipo de coisa é daquelas que a senadora Kátia Abreu deu a José Serra quando lhe atirou o vinho de uma taça à cara, porque a vergonha é o melhor corretivo aos cafajestes, mas pedir desculpas depois e dizer que “não havia intenção de ofender” só ressalta a covardia de quem age assim.
O mais triste, porém, é que Guedes é o retrato da “avacalhação” dos homens do dinheiro no Brasil, uma espécie de ralé rica, incapaz de liderar qualquer processo de alavancagem de nossa economia.
É por isso que lhes cai tão bem este governo de botequim.
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