A “decolagem” do tucano Geraldo Alckmin parece, cada vez mais, com a “retomada do crescimento” de Michel Temer.
Era certa, viria, estava chegando, coisa de semanas e…
Hoje, quinta-feira, campeava o desânimo entre os estrategos de Alckmin, segundo registram os jornais.
Aliás, não só lá. No mercado financeiro, diz o Valor, a onda negativa também é sentida:
A piora na percepção de risco foi alimentada por informações de que o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, pode ser alvo de denúncias no âmbito jurídico. As acusações não representam risco iminente de impugnação da candidatura do tucano, mas elevam a preocupação com o desgaste de sua imagem numa disputa presidencial tão aberta como esta”.
Sim, houve o depoimento de Alckmin ao Ministério Público e a denúncia que Verônica, filha de José Serra, operava uma conta no exterior para o recebimento de propinas, mas o baque sentido foi mesmo a entrevista ‘muy amiga” de Michel Temer à Folha, na qual este abre os braços para dar o abraço de afogado ao tucano.
Ser exposto em praça pública como o candidato do Governo Temer vai ser o desastre que ocupará o final de semana dos marqueteiros que lhes ensaiam as respostas ao questionamentos nos debates e, francamente, é difícil encontrar uma resposta minimamente desgastante para u que lhe será feito.
Tanto é assim que Ciro Gomes, depois da tentativa frustrada de atrair o Centrão, já chama de “ganhar na Loto” a frase maquiavélica de Temer sobre o ex-governador. Ciro, porém, deve tomar cuidado, pois é o único que pode dar uma saída a Alckmin, porque é fácil a resposta a ele, que andou cortejando os partidos da base do Governo Temer e escancara a possibilidade de receber o “toco”: “você está falando isso porque eu tenho o apoio dos partidos que você cortejou, cortejou e lhe deram um não”.
O processo sucessório continua nas mãos de Lula, e não por sua vontade.
Tal como o Chuchu não inflou, conforme diziam os “sábios”, também Bolsonaro não murchou, Segue em torno dos 20% e só não será um novo Collor – que teve, no primeiro turno, perto de um terço dos votos – porque, no povão e no Nordeste há uma força sólida a ocupar o espaço: Lula.
O TSE está num dilema: se decreta, logo, sua inelegibilidade, abre espaço para que o “lançamento” de Fernando Haddad aproveite todo o tempo de televisão do PT e dê início ao processo de transferência de votos que, de cara, já levará o substituto de Lula no mínimo ao segundo lugar nas pesquisas e, com isso, a ser a grande novidade de uma sucessão onde o que faltam são novidades.
Se protela a decisão, não terá como impedir a aparição de Lula na TV, uma situação para a qual não há nenhuma capacidade de prever-se o efeito, salvo o fato de que será o maior de todos os acontecimentos da eleição.
Seja como for, a circulação espontânea da informação funcionará quase que como um sistema de vasos comunicantes na formação da opinião popular, que vai deixar à margem do rio todas as quinquilharias que políticos, intelectuais elitistas e donos da mídia enchem a boca para fazer parecerem verdade.
Lula o compreendeu, eles, não.
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