Josias de Souza
Geraldo Alckmin reage às investigações que o assediam de maneira peculiar. Seja qual for a acusação, manda dizer que “continua disposto a prestar todos os esclarecimentos necessários às autoridades competentes.” Embora seja candidato à presidência da República, parece considerar que não deve nada ao eleitorado, muito menos explicações.
As pesquisas indicam que o presidenciável tucano talvez tenha perdido a hora de compreender que o potencial do seu projeto escoa pelo ladrão. Na sondagem mais recente, do instituto MDA, a taxa de intenção de votos de Alckmin caiu de 8,6% para 5,3%. Em alta, só a sua rejeição, que subiu cinco pontos e já registra 55,9%.
Estavam sobre a mesa as delações dos executivos da Odebrecht. Somaram-se a elas novas acusações de representantes da CCR, concessionárias de rodovias que resultou de uma sociedade da Andrade Gutierrez com a Camargo Corrêa. Em ambos os casos os depoentes mencionaram um nome: Adhemar Ribeiro.
Adhemar é irmão de Lu, a mulher de Alckmin. Não faz nexo atribuir o risco de naufrágio do candidato às nuvens que os delatores colocaram sobre sua embarcação e fingir que não há um cunhado no convés. Os trovões da Odebrecht e da CCR espantam menos do que o fato de Alckmin não ter brindado Adhemar com um raio que o parta.
No caso da Odebrecht, o cunhado foi apontado como intermediário de Alckmin no recebimento de parte dos R$ 10,3 milhões provenientes do departamento de propinas da empreiteira. Na investigação da CCR, Adhemar é mencionado como coletor de algo como R$ 5 milhões
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