domingo, 23 de outubro de 2016

A força de um aliado ferido

Carlos Brickmann
Folha corrida - É um perigo esquecer os bons resultados da ingratidão. Mas é um perigo, também, esquecer a força de retaliação de um aliado ferido.

Cunha se candidatou à Presidência da Câmara pelo PMDB, partido aliado a Dilma. Ela tentou derrubá-lo, ele reagiu: fez passar algumas medidas de alto custo, às quais Dilma se opunha. Quiseram cassá-lo, e ele deixou claro que, se o PT votasse por sua cassação, ele movimentaria o pedido de impeachment que estava parado em sua mesa. O PT votou contra ele, ele liberou o impeachment.

Dilma e Cunha caíram juntos.
A mão que apedreja - Segundo o jornal Valor, Cunha disse a seus advogados que quer falar. Um dos advogados, Marlus Arns, já intermediou processos de delação premiada.
OK, ele pode deixar mal vários deputados do baixo clero, mas isso não lhe daria o que quer: que os promotores esqueçam sua mulher e sua filha.

Já o colar de alho, a estaca de madeira, a água benta e a terra consagrada que liquidariam Michel Temer, já isso vale muito mais.

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