Na porta de casa, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte,
uma faixa dava as boas-vindas à pequena Carolina Terzis, que deixou o
hospital nesta quarta-feira (2) após cinco meses de internação, mas
ainda respira com ajuda de aparelhos. De acordo com o pai da criança que
nasceu com apenas 360 gramas, Thiago Fernandes Parreiras, com a alta da
filha, começa uma segunda fase. “A batalha continua. Vencemos essa
primeira etapa de sair com ela do hospital, e agora vamos vencer essa
outra batalha. A gente vai trabalhar com todo amor e carinho pra ela
poder ficar tranquila”. No momento em que o G1 esteve na casa da família, Carolina passava por
uma consulta médica, algo que a partir de agora fará parte do cotidiano
da garotinha. No período da noite, os pais contarão com a ajuda do mesmo
técnico em enfermagem que acompanhou Carolina durante todo tempo que
ela esteve no hospital. “Ele passou com ela, tudo que a gente passou”,
disse o pai.
Outro ponto importante, segundo o Thiago, foi o apoio que a família
deu. “Houve uma união da família, que fortaleceu os vínculos. Toda essa
batalha foi vencida com calma e muita gente ao nosso redor dando força”,
finalizou o pai, que no momento contava com o auxílio dos familiares. A história de Carolina é rara na medicina, segundo o chefe do Centro de
Terapia Intensiva (CTI) Pediátrico e Neonatal do Hospital Vila da
Serra, Marcus Jannuzzi. "Casos de crianças que nascem com menos de 400
gramas e que sobrevivem é uma exceção, uma raridade. Estas crianças
podem ter lesões cerebrais, problemas no canal arterial, infecções e
problemas na retina. Nmundo, há registros de 138 crianças que nasceram
abaixo de 400 gramas no mundo", falou Jannuzzi. "Carolina é a criança nascida no Brasil com menor peso [360 gramas]",
disse Oswaldo Trindade, outro especialista que acompanhou a recuperação
da criança. O médico é coordenador da Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
do hospital. Jannuzzi explicou que 60% das crianças que nascem abaixo de 500 gramas
têm probabilidade de ter sequelas, como distúrbios cognitivos. Nos
próximo meses, Carolina vai precisar passar por avaliações de um
neuropediatra e de um fisioterapeuta, segundo o médico, que preferiu não
dar detalhes sobre os tratamentos e manteve reserva sobre o risco de
possíveis sequelas. De acordo com a equipe médica, Carolina ficou internada todo este tempo
porque precisava respirar com a ajuda de aparelhos, recebia nutrição
por sonda e via venosa e, apesar de os órgãos estarem totalmente
formados, eles não tinham condições de funcionar normalmente. Por
enquanto, ela ainda vai usar aparelho para auxiliar na respiração.
Fonte: UOL
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