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Ex-delegado,
o senador Demóstenes Torres (DEM/GO) se especializou nos últimos anos
em posar como eterno paladino da ética, pronto a assinar qualquer pedido
de CPI e a prestar declarações a todo órgão de imprensa disposto a
repercutir escândalos de corrupção. Até aí, tudo bem. Esse é o papel
democrático da oposição. O que não se sabia – e se sabe agora – é que
Demóstenes Torres é amigão do peito do bicheiro Carlinhos Cachoeira,
preso ontem na Operação Monte Carlo da Polícia Federal. Questionado
sobre suas relações com o Don Corleone brasileiro, Demóstenes soltou uma pérola: “Pensei que ele tivesse abandonado a contravenção e se dedicasse apenas a negócios legais”.
O
Brasil inteiro sabia das atividades ilegais de Carlinhos Cachoeira.
Especialmente em Goiás, onde ele administrava uma rede de cassinos
ilegais. O que o Brasil não sabia – e sabe agora – é que Cachoeira dava
as cartas no governo de Goiás, nomeando delegados e técnicos de várias
áreas do governo.
SÓ AMIZADE
O
que o Brasil também não sabia – e sabe agora – é que Cachoeira dava
presentinhos ao senador mais moralista da República. No casamento do
senador, o presente dado pelo bicheiro foi uma cozinha completa. “Sou
amigo dele há anos. A Andressa, mulher dele, também é muito amiga da
minha mulher”, declarou Demóstenes.
Além
de desmoralizar o senador goiano, a Operação Monte Carlo também pode
arruinar a carreira política do governador Marconi Perillo, do PSDB, que
entregou a segurança pública do seu Estado a um dos maiores
contraventores do País.
Publicado no Blog do Magno Martins.
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