Do Blog de Esmael
O Tribunal de Contas da União (TCU) acatou, nessa sexta-feira (21), a representação da deputada federal Margarida Salomão (PT-MG) e dos deputados federais Enio Verri (PT-PR) e Paulo Teixeira (PT-SP) sobre possíveis irregularidades nas contratações da Globalweb pelo governo Bolsonaro. De acordo com o TCU, a representação preenche os requisitos de admissibilidade e encontra-se “acompanhada do indício concernente à irregularidade ou ilegalidade”.
Para os parlamentares, o fato de a Globalweb Outsourcing ter recebido do governo Bolsonaro mais de R$ 41 milhões, como pagamento por contratos, é um forte indício de que pode ter havido tráfico de influência, tendo em vista que a empresa beneficiada foi fundada pela ex-mulher de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, até junho passado.
Além da relação pessoal com o contratado, as suspeitas são reforçadas pelo fato de que a Globalweb recebeu, em 18 meses de governo Bolsonaro, valor superior ao que foi pago em quatro anos de governos anteriores. “Para preservar os recursos públicos, é fundamental que esses contratos sejam minuciosamente examinados e que as circunstâncias em que foram feitas essas contratações sejam de conhecimento público”, defendeu a deputada Margarida.
“Para desgosto de Bolsonaro e a bem da coisa pública, o TCU acatou uma representação que nós protocolamos de suspeita de possíveis irregularidades em renovações de contrato do governo Bolsonaro com a Globalweb, cujo sócio é um anjo”, comemorou o deputado Enio Verri, líder da Bancada do PT, em sua conta no Twitter.
Contratos somam mais de R$ 250 milhões
A suspeita sobre os contratos foi apontada em uma matéria publicada pelo UOL (de 21/06/2020), que fez um levantamento no Diário Oficial, portal da Transparência, sites do governo e da Receita Federal. De acordo com a matéria, a Globalweb Outsourcing tem contratos vigentes com o governo federal que somam mais de R$ 250 milhões.
Os contratos com a Globalweb estão sendo investigados em quatro processos em andamento no TCU e passarão por auditoria. A representação dos parlamentares foi apensada ao processo TC 024.053/2020-1 e os requerentes serão informados sobre a decisão que vier a ser proferida pelo Tribunal.
A informação é da liderança do PT na Câmara
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