FERNANDO BRITO · no Tijolaço
O juiz Carlos Henrique André Lisbôa, da 1ª Vara da Família e das Sucessões de São Bernardo do Campo levou exatamente um mês para corrigir para R$ 26 mil o valor real das economias da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva que havia, no dia 6 de abril, declarado serem R$ 256 milhões de reais.
Durante um mês, apesar de ter sido imediatamente advertido pelos advogados de Lula de que havia um erro gigantesco na conta, permitiu que isso fosse usado, de forma nauseante, pelos produtores de fake news, entre eles o ministro do Ódio, Carlos Bolsonaro.
Diante dos elementos que evidenciavam seu erro, limitou-se a dizer que “”é vedado ao magistrado manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem”, repetindo mecanicamente a Lei Orgânica da Magistratura.
Agora, ao lançar um despacho no processo de inventário de Marisa, limita-se a escreve que “restou demonstrado que o investimento que a falecida possuía no Banco Bradesco tem saldo líquido de R$26.282,74” e que “a produção de notícias falsas é questão a ser tratada, caso haja interesse, em outra ação na Justiça.”
Nem pedido de desculpas pelo erro, nem o reconhecimento de que o cometeu. Se a memória de Marisa, Lula ou os filhos foram ofendidos, problema deles.
O Doutor Lisboa, viu-se, não sabia aritmética. Vê-se, agora, que tem deficiências éticas e, sobretudo, ausência total da ideia do que venha a ser Justiça.
Infelizmente, não é coisa rara no Judiciário. E é impune.
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