terça-feira, 27 de agosto de 2019

Nordeste piora avaliação de Bolsonaro e lidera rejeição


Diário do Nordeste
O Nordeste ampliou neste mês a rejeição ao presidente Jair Bolsonaro, apontou ontem a pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e pelo instituto de pesquisa MDA. A desaprovação dos nordestinos (65,3%) é a maior entre todas as regiões do País e deu um salto em relação à taxa registrada em fevereiro (28,5%), ou seja, mais que dobrou em seis meses.
O uso de palavras ofensivas e comentários inadequados foi citado por 30,6% dos entrevistados do Brasil como as piores ações do Governo, segundo o levantamento.
No mês passado, o presidente se envolveu em uma polêmica com os governadores do Nordeste ao usar a expressão pejorativa "Paraíba" para se referir à região, além de ter pedido boicote ao governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em um vídeo vazado de uma conversa com o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) na internet.
"O Nordeste foi a região do País onde Bolsonaro menos conseguiu votos. Então, as falas negativas dele também influenciam", analisa o cientista político Rodrigo Gallo, professor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, acrescentando que falta "tato" ao presidente na hora de "fazer brincadeiras".
Apesar de o Palácio do Planalto negar a intenção de discriminar o Nordeste, o tema rendeu debates políticos sobre as ações do Governo voltadas para a região. Diante disso, o Congresso Nacional cobrou o presidente sobre a redução dos repasses de verba para o Nordeste.
A Caixa Econômica Federal, por exemplo, reduziu a fatia para a região a apenas 2,2% do total de empréstimos autorizados no ano para governos e prefeituras.
Na avaliação do cientista político, o crescimento no índice de rejeição do presidente em todas as regiões, principalmente no Nordeste, é um reflexo das atitudes de Bolsonaro em oito meses de Governo.
"Agora, após oito meses de trabalho, muitas polêmicas foram criadas, pautas prioritárias ainda não foram votadas, e o eleitor quer ver resultado. A partir do momento que você deixa de ser candidato e vira presidente, não dá para viver só de polêmicas. O eleitor cobra resultados, diversos setores cobram resultados e ele continua com polêmicas, quando o que se quer é resultado", enfatiza Gallo

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