quarta-feira, 20 de março de 2019

MEC coloca monarquista para “vigiar” o Enem

POR FERNANDO BRITO ·no Tijolaço


Na já estranha “comissão” designada pelo Ministro (por enquanto) Ricardo Vélez, para fazer a triagem ideológica do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, um nome chama a atenção como “representante da sociedade civil”.

É o de Gilberto Callado de Oliveira, procurador do MP de Santa Catarina.

Ocorre que Gilberto é, há muitos anos, um dos principais líderes do (sim, isso existe) movimento de retorno do Brasil ao regime monárquico.

Coordenador, durante muitos anos, do Círculo Monárquico de Nossa Senhora do Desterro (nome de Florianópolis no Império), ele é um detrator contumar da República, para ele ” uma doença destruindo o Estado. E não apenas: destrói também a sociedade, ao contaminar seus cidadãos com a perda de valores, princípios e referências”.

É, também, um delirante “recontador” da história, que narrou, em entrevista a um site monarquista, a suposta tentativa do golpe militar de 64 de restaurar a Monarquia:

“Naquela ocasião, o general Castelo Branco foi até o Paraná tentar convencer o então Príncipe Herdeiro, Dom Pedro Henrique, a reassumir o Trono após um golpe militar. Dom Pedro Henrique recusou a proposta e armou ao general, que se tornaria o primeiro presidente do ciclo militar, que não se corrigiria o erro oriundo do golpe de 1889 com um novo golpe. E que ele apenas assumiria o Trono por aclamação popular.”

Ah, tá…

Mas o Dr. Callado tem esperanças nisso, porque, segundo ele, “”quanto mais a República apodrece, mais matura o retorno da Monarquia”.

Nem é preciso dizer que uma pessoa que acredita que Deus dá a uma família, de nascença, o direito absoluto de governar um país (sem ironias, por favor) é um fundamentalista religioso.

Portanto, é esta a visão que ele levará às provas de nossos filhos e netos, não é?

Vocês pensam que Olavo de Carvalho é o único?

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