domingo, 22 de setembro de 2019

Telefonema vazado de Dilma: não vale o papel de bobo

No telefonema vazado de Dilma só não vale o papel de bobo. 
Moro suspendeu o grampo às 11h12 do dia 16 e às 13h22 deu-se a conversa fatídica.
Foto/fonte: Brasil247
Folha de S. Paulo - Por Elio Gaspari


Valia para o juiz Sergio Moro e vale para seu substituto, o doutor Luiz Antonio Bonat: pode-se fazer tudo por ele, menos o papel de bobo.
Bonat disse ao ministro Edson Fachin que Moro e a Polícia Federal não anexaram ao processo de Lula os grampos de seus telefonemas da tarde do dia 16 de março de 2016 porque alguns tinham “conteúdo sensivelmente privado” e também porque outros envolviam autoridades com prerrogativa de foro. Haveria o cuidado de “coibir vazamentos”.
Aos fatos:
No relatório dos grampos que a Polícia Federal mandou a Moro no dia 15 de março e ele divulgou no dia seguinte havia uma conversa do ex-presidente com a filha Lurian, combinando um café da manhã.
Em outra, com seu irmão Vavá, tratou de assuntos familiares durante quatro minutos. Vavá contou-lhe que a irmã “Maria Baixinha” estava no hospital, fumava escondida e no dia seguinte iria à sua 
casa para fazer um frango.

Moro suspendeu o grampo às 11h12 do dia 16 e às 13h22 deu-se a conversa fatídica na qual Dilma Rousseff disse a Lula que estava mandando pelo “Bessias” o ato de sua nomeação para a chefia da Casa Civil. Horas depois, esse grampo estava no ar, ao vivo e em cores.
Depois das 11h12, conhecem-se 20 grampos e em nenhum há conversa de cunho “sensivelmente privado”. Lula falou com Dilma, com o vice-presidente Michel Temer, com o senador Renan Calheiros e com os governadores do Rio, da Bahia, do Acre e do Ceará. 
Só o telefonema de Dilma vazou.

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