sexta-feira, 26 de julho de 2019

Roubo de ouro: como o espalhafato vulnera a PF

FERNANDO BRITO · no Tijolaço

Enquanto todo o esforço da Polícia Federal se voltava para os “hackers de Araraquara”, a imagem da instituição sofria um baque, com um grupo de bandidos usando suas fardas e seus falsos veículos invadindo uma área de segurança do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP) para roubar cerca de 720 quilos de ouro —cujo valor estimado supera R$ 120 milhões — de uma empresa de transporte de valores.

Como todo mundo se acostumou às ações da PF serem verdadeiras operações de guerra, seja para o que for – até para o Lula assistir o enterro do neto morto aos sete anos – será que alguém vai pedir que apresentem identificação, mandado judicial, estas “coisinhas” já de há muito esquecidas?

Na “guerra” alguém vai pedir documentos, papéis? Nada, vai passando direto, metendo a mão, pondo no camburão…

Aí…com duas picapes fantasiadas e meia dúzia de encapuzados de coletes entra-se em qualquer lugar, na marra, diante de pessoas aturdidas e amedrontadas.

Como dizia o falecido Bussunda: fala sério que você vai pedir para ver o mandado…

Claro que, neste caso, teve gente de dentro do esquema – como saber da hora e local de tanto ouro? – e a ação de uma quadrilha ousada e bem informada.

Mas coisas assim são facilitadas – e muito – pelo terror implantado com este tipo de abordagem policial de “comandos em ação”.

O estado policial é uma bênção para os bandidos que se fantasiam de polícia, em todos os sentidos, inclusive – mas não só – nas “fardinhas”.

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