Ao saber que Sergio Moro (Justiça) havia recebido das mãos do governador João Doria (PSDB-SP) uma comenda, um dos principais aliados de Jair Bolsonaro no Congresso exclamou: “O presidente vai ficar chateado”. Nada contra o ministro, ele explicou, o problema é que 2022 “já começou”, concluiu.
Aliados do presidente admitem que ele de fato passou a enxergar todos os movimentos do governador paulista com viés eleitoral. A antecipação sem precedentes da discussão sobre a sucessão presidencial preocupa dirigentes do PSDB, que veem o debate precoce como “uma loucura”.
O fato de o próprio presidente ter acenado à reeleição com apenas seis meses de governo é inédito. Michel Temer (MDB) falou sobre a possibilidade de disputar um segundo mandato após quase dois anos, em março de 2018, quando disse que “seria covardia não ser candidato”.
Dilma Rousseff (PT) só se disse candidata em maio de 2014, embora estivesse desde o início do ano montando a equipe para disputar a reeleição. Já o ex-presidente Lula assumiu tom de campanha no fim de 2005, um ano antes de disputar a reeleição.(Daniela Lima – FSP)
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