quinta-feira, 17 de janeiro de 2019


Por Kiko Nogueira no DCM


Queiroz dança no Einstein

Não preciso nem de um cabo e um soldado. Bastou uma dancinha vagabunda no hospital.


O ministro Luiz Fux, vice-presidente STF, suspendeu as investigações sobre movimentações financeiras suspeitas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

A decisão é temporária — mas o efeito de desmoralização completa do Judiciário é duradouro.

Fux, que responde pelo plantão até o início do mês que vem, pediu para esperar a análise de Marco Aurélio Mello sobre uma reclamação protocolada pela defesa de Flávio.

Missão dada é missão cumprida.

Em nota, o MPRJ disse que, “pelo fato do procedimento tramitar sob absoluto sigilo, reiterado na decisão do Supremo, não se manifestará”.

Queiroz foi pilhado no Coaf pela “movimentação atípica” de mais de 1,2 milhão de reais entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

Um cheque dele foi para a conta de Michelle Bolsonaro. Viu-se que o esquema envolve os Bolsonaros e o resto dos Queiroz.

Alegando motivos de saúde, o ex-motorista do Zero 1 faltou a todos os depoimentos marcados. Sua família deu outro balão.

Apesar disso, deu uma entrevista chapa branca ao SBT dizendo que o dinheiro vinha da revenda de carros.

Ainda encontrou disposição para um samba em pleno Einstein, devidamente registrado em vídeo pela filha Nathália, que era lotada no gabinete de Jair em Brasília apesar de trabalhar como personal trainer de famosos no Rio.

Os advogados de Queiroz alegaram que aquilo foi um “um raro momento de descontração”.

A festinha teria rolado no dia 31 de dezembro à meia noite, “dentro do contexto humanamente compreensível, pois trata-se de uma data comemorada universalmente”.

Agora se sabe que a euforia tinha outro motivo. O principal era a certeza da impunidade. Continua valendo o lema de Jucá. 

As panelas continuarão em silêncio, Bolsonaro terá mais tempo para respirar.

O mundo gira, a lusitana roda e o Supremo continua um lixo. Talquei?

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