quarta-feira, 6 de setembro de 2017

O triste fim de Janot: Temer redivivo, choro e reedição do powerpoint de Dallagno


Janot chora



Rodrigo Janot escolheu sair de cena da maneira mais patética possível.


Desmoralizado diante do desmonte da delação da JBS e de suas bravatas sobre flechas, escolheu o caminho mais óbvio para tentar salvar o que restou de sua reputação: denunciou Lula e Dilma.

Ganhou o Jornal Nacional, mas não convenceu. Na GloboNews, o assunto predominante eram as malas de dinheiro no bunker de Geddel Vieira Lima.

Lula, segundo Janot, foi “o grande idealizador da constituição da presente organização criminosa”.

Mesmo fora do Planalto, Lula “continuou a exercer liderança do núcleo político da organização até maio de 2016”. O ex-presidente exercia “forte influência sobre a então presidente Dilma”.

O procurador-geral da República reeditou o powerpoint de Deltan Dallagnol. Segundo Cristiano Zanin Martins, advogado do ex-presidente, até a delação de Delcídio do Amaral, considerada “grotesca” pelo MPF do Distrito Federal, serviu-lhe de base.


Janot “comete a violência jurídica de acusar Lula da prática de um crime no cargo de presidente que somente passou a existir em setembro de 2013”, afirmou Zanin no Twitter.

Ele deixa o cargo em doze dias como um homem atormentado e confuso.

“Eu agi com muita coragem e ontem [segunda] foi um dos dias mais tensos e um dos maiores desafios desse período. Alguém disse pra mim: ‘Você realmente é um homem de muita coragem’. Aí eu parei e pensei: ‘Será que sou um homem de coragem mesmo?’ Cheguei à conclusão de que não tenho coragem alguma”, declarou.

“Na verdade, o que eu tenho é medo. E o medo nos faz alerta. E medo do quê? Medo de errar muito e decepcionar minha instituição. E todas as questões que eu enfrentei, eu enfrentei muito mais por medo, medo de errar, medo de me omitir, medo de decepcionar minha instituição do que por coragem de enfrentar esses enormes desafios”.

Entendeu? Nem ele.

Esse cidadão “corajoso” teve uma crise de choro após uma reunião com Cármen Lúcia e Edson Fachin no STF, ao relatar aos ministros que houve omissão de informações dos delatores da JBS no acordo de colaboração.

A informação é da revista Época e foi vazada por Cármen ou Fachin — evidentemente, não como um sinal de deferência ou respeito ao PGR.

Rodrigo Janot conseguiu ressuscitar Michel Temer e tirar das cordas seu desafeto Gilmar Mendes. Não é pouca coisa. Precisa errar muito. Magro e abatido, vai para casa chorar na cama, que é um lugar quente.

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