Horas após a escolha de Sergio Zveiter (PMDB-RJ) como relator da
denúncia contra Michel Temer na Comissão e Constituição e Justiça (CCJ)
da Câmara, o presidente da República mandou chamar ao Palácio do
Planalto, na noite de ontem, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani
(PMDB-RJ).
Segundo aliados de Temer, o presidente cobrou do titular do Esporte
ajuda para pressionar Zveiter a favor do governo durante o processo da
denúncia na CCJ.
Procurado pelo Blog, Zveiter disse conhecer Picciani, mas rechaçou a possibilidade de ceder a pressões: "chance zero".
"Conheço Leonardo, como toda a bancada. Ele era líder do PMDB. Mas
assim como nunca interferi no trabalho dele como ministro, a chance é
zero de ele interferir no meu. Não há possibilidade alguma de me
pressionar. Vou ouvir todo mundo, mas vou trabalhar de acordo com a
Constituição e com a minha consciência no processo", disse o relator da
denúncia.
Leonardo Picciani é filho de Jorge Picciani, cacique do PMDB fluminense e presidente da Assembleia Legislativa do Rio.
Procurado pelo Blog, o ministro do Esporte confirmou o encontro com o
presidente da República e com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha,
na noite desta terça.
Picciani negou que Temer tenha pedido ajuda para pressionar Zveiter.
Segundo ele, o presidente quer garantir apoio da bancada do PMDB contra a
denúncia.
"Estamos conversando, buscando apoio", ressaltou o ministro.
O PMDB é o partido de Temer. Embora Zveiter seja do PMDB, o nome dele não agradou ao Planalto.
Temer ficou irritado com a escolha. Ele disse a interlocutores que o
presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), havia sinalizado
ao líder do partido, Baleia Rossi (SP), que indicaria um outro deputado
da bancada, com perfil mais alinhado ao governo.
Zveiter é visto como independente no Planalto, o que preocupa o governo.
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