247 – O
cientista político André Singer afirma que as decisões do Supremo
Tribunal Federal sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o homem da mala
Rodrigo Rocha Loures comprovam a seletividade do Poder Judiciário no
Brasil.
"Compare-se o tempo de
estadia, no mesmo cubículo da Polícia Federal, destinado ao então líder
do governo Dilma no Senado, Delcídio do Amaral, e, agora, ao assessor de
Temer. Preso em novembro de 2015, Amaral ficou detido 85 dias e só saiu
porque concordou em fazer delação premiada. A peça extorquida por meio
do que hoje a família Loures chama de condições torturantes tinha como
centro a afirmação de que Lula e Dilma conheciam o esquema de corrupção
na Petrobras", diz ele, em artigo publicado neste sábado, na Folha de S. Paulo.
"Loures, por seu turno, ficou preso
menos de um mês, sendo ele a figura chave para esclarecer se, de fato,
os R$ 500 mil entregues pela JBS se destinavam ao atual presidente da
República, como afirma a denúncia da Procuradoria entregue na
segunda-feira. Notícias dão conta de que o homem da mala se encontrava
em condições lastimáveis, havendo, talvez, um sentido humanitário no
gesto do ministro Edson Fachin. Mas, pergunta-se, por que semelhante
humanidade não foi aplicada a Delcídio, o qual teve uma crise de
claustrofobia nos primeiros dias de prisão?", questiona.
Segundo Singer, "agora que é outro o presidente da República denunciado, o tratamento mudou".
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