quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Janot esperou passar a eleição para denunciar o senador Fernando Bezerra

Rodrigo Janot - Agência Brasil
O procurador geral da República, Rodrigo Janot, esperou passar a eleição para denunciar o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) ao Supremo Tribunal Federal por suposto recebimento de propina de empreiteiras que prestaram serviço à Petrobras na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
É que o filho do senador, Miguel Coelho, disputava a prefeitura de Petrolina e se a denúncia fosse feita no período eleitoral certamente seria explorada no rádio e na televisão pelos adversários do PSB.
Miguel foi eleito prefeito, derrotando Odacy Amorim (PT), Edinaldo Lima (PMDB) e Adalberto Cavalcanti (PTB).
O advogado do senador, André Luís Callegari, divulgou nota à imprensa dizendo que a denúncia vazou para os jornais antes mesmo de ele tomar conhecimento.
“Como não teve acesso à íntegra da denúncia, a defesa do senador não tecerá qualquer comentário sobre o conteúdo da mesma. Verifica-se, contudo, que os termos citados na imprensa reforçam o que a defesa já vem esclarecendo: são imputações absolutamente descabidas, baseadas em ilações e sem qualquer rastro de prova. Não houve qualquer recebimento de favores em troca de incentivos fiscais na construção da Refinaria de Abreu e Lima”, diz a nota do advogado.
Janot denunciou o senador por suposto recebimento de R$ 41,5 milhões das empreiteiras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa. Ele diz também que o ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), seria um dos beneficiários desse esquema.
“Reitera-se que as delações que deram início às investigações não foram comprovadas, são contraditórias e absolutamente infundadas”, diz a nota do advogado.
Além do senador, foram denunciados os empresários Aldo Guedes Álvaro (ex-presidente da Copergás) e  João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho. Eles são acusados de comprar o avião que se acidentou com Eduardo Campos, matando-o no litoral santista em 13 de agosto de 2014.
Janot afirma que o senador e os empresários praticaram 77 vezes o crime de lavagem de dinheiro.

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