Estadão Conteúdo – Em coletiva à imprensa internacional, na
manhã desta segunda-feira, 28, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) disse que o juiz Sergio Moro é uma pessoa “inteligente e
competente”, mas, que “foi picado pela mosca azul” (deslumbrada com o
poder). O petista disse que não está longe o dia em que irão pedir
desculpas a ele, segundo relato de jornalistas que participaram da
entrevista.
Sobre as manifestações contrárias ao governo, o ex-presidente falou
que pessoas que ‘enchem pixuleco’ nunca votaram no PT e acusou a mídia
de estar levando o Brasil a um clima semelhante ao da Venezuela. Na
avaliação de Lula, segundo informações dos jornalistas estrangeiros, os
pobres poderão ser os salvadores da pátria.
Lula disse também, à exemplo da presidente Dilma Rousseff em
entrevista coletiva para a imprensa internacional, na semana passada,
que impeachment sem base legal é golpe. “É importante não brincar com a
democracia”. Segundo o petista, estão usando “falsos argumentos” para
encurtar o mandato de Dilma. Ao comentar a divulgação dos áudios dos
grampos, Lula classificou de “deprimente, pobre e de má fé”.
PMDB
O ex-presidente sinalizou que fala com interlocutores do PMDB para
tentar contornar o desembarque da legenda do governo Dilma Rousseff, em
reunião de sua executiva, marcada para amanhã, 29. “Vou para Brasília
conversar com muita gente do PMDB”, disse o presidente, segundo
jornalistas que participaram da entrevista, destacando que pretende
conversar também com o vice-presidente da República, Michel Temer.
Na entrevista, Lula afirmou que vê com “muita tristeza” a
possibilidade de o PMDB deixar a atual gestão federal ou se afastar.
Contudo, relativizou o impacto dessa possibilidade, dizendo que é
possível “haver uma espécie de coalizão”, sem a concordância das pessoas
da direção, evidenciando a possibilidade de tentar buscar apoio na base
da sigla. Sobre sua eventual entrada formal no governo Dilma, Lula
disse que não quer “ser intruso”.
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