CARDÁPIO - Empresários
elaboraram um cardápio com sugestões para reduzir o rombo. Ele começa
com a necessidade de manter três vetos presidenciais: à extensão do
reajuste do salário mínimo para aposentados, à flexibilização das regras
para a aposentadoria instituída pelo fator 85/95 e ao reajuste do
Judiciário que, para algumas carreiras, pode chegar a um patamar de 76%.
Outro item dessa "agenda de curto prazo" é a redução de despesas obrigatórias.
"Nas
próximas cinco ou seis semanas, é preciso encontrar uma forma de compor
o Orçamento. Óbvio que não dá para reformar todas as despesas
obrigatórias, mas é preciso reformar algumas", disse um empresário, sob
condição do anonimato.
O
setor privado propõe, ainda, a reforma do PIS/Cofins (em estudo pelo
Ministério da Fazenda), o aumento da contribuição previdenciária do
funcionalismo de 11% para 12%, além da instituição de algum imposto
sobre herança –desde que não recaia sobre o patrimônio.
"Querendo
ou não, ela foi eleita, não há nada contra ela juridicamente. Então,
sua saída seria mais política. Isso poderia gerar um período de imensas
turbulências a curto prazo", disse um empresário reservadamente à Folha.
Um
interlocutor da presidente Dilma diz que o Palácio do Planalto conta
com essa avaliação para sobreviver à atual crise. Segundo ele, o
empresariado não quer aventuras, mas também não quer ver o país
"desmanchar".
No
setor privado, a avaliação é que o governo precisa definir logo os
cortes de gastos e aumento de receitas e garantir, até outubro, que o
pacote seja implementado. (Folha de S.Paulo – Valdo Cruz e Natuza Nery)
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