O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acusou a aliados nesta
quarta-feira (19) o governo de costurar um ''acordão'' com a
Procuradoria-Geral da República para prejudicá-lo na Operação Lava Jato e
''salvar'' quem interessa ao Palácio do Planalto.
A
conversa ocorreu após a notícia de que ele seria denunciado pela PGR
por corrupção e lavagem de dinheiro. A denúncia deve ser confirmada
entre esta quarta e quinta-feira.
De
acordo com investigadores, pesa contra o presidente da Câmara uma
possível participação na movimentação de recursos na Suíça. As
investigações apontaram o equivalente a R$ 54,5 milhões depositados pelo
executivo Julio Camargo em contas indicadas pelo lobista Fernando
Soares, apontado como o operador do PMDB na Petrobras.
Reservadamente,
Cunha desabafou que o governo queria que a denúncia saísse antes das
manifestações de domingo, para dar munição às ruas. Ele diz a
interlocutores que é ''vítima'' de uma armação do governo, repetindo tom
do discurso adotado desde que foi incluído na lista de investigados da
Operação Lava Jato, em março.
Procurado pela Folha, Cunha disse que só se manifestará após a denúncia.
"Não
vou comentar. Só vou comentar quando houver fatos. Suposições eu não
comento", disse Cunha ao ser questionado por jornalistas na Câmara.
Ele deve soltar uma nota após a confirmação da denúncia dizendo que não participa de ''acordão''. (Da Folha de S.Paulo)
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