Depois de divulgar uma “entrevista”
sem áudio negada por Marcos Valério e ser acusada de golpismo por seis
partidos políticos, a revista Veja se cala e não apresenta provas das
acusações feitas a Lula na semana passada. No lugar disso, faz uma capa
sobre jogos de prazer, com duas referências a outros assuntos. Lula e o
mensalão? Bom, deixa pra lá
Como adiantamos aqui no 247, o empresário
Roberto Civita, dono do grupo Abril, decidiu jogar truco com a
democracia brasileira, sem ter o Zap, a carta mais forte do jogo (leia
mais aqui).
Na semana passada, publicou uma “entrevista” de Marcos Valério, negada
pelo próprio, acusando o ex-presidente Lula de chefiar o mensalão e
comandar um caixa dois de R$ 350 milhões. Era uma tentativa clara de
iniciar um golpe paraguaio (leia mais aqui)
para impedir a eventual volta de Lula ao poder, seja em 2014, seja em
2018. E, ontem, um dos colunistas da revista, Ricardo Setti, publicou
artigo roteirizando o golpe, com entrevistas, também em off, com
juristas que indicariam os artigos do código penal nos quais Lula
deveria ser enquadrado (leia mais aqui).
O que se esperava de uma publicação séria é que
apresentasse as provas das graves acusações que fez a a um ex-presidente
que deixou o cargo com 70% de aprovação popular. Veja, no entanto,
decidiu mudar de assunto. Fez uma capa sobre sexo – o que é bom, é claro
– com duas referências a outros assuntos: a queda dos juros dos cartões
de crédito e o radicalismo islâmico. Mensalão? Que nada! Melhor mudar
de assunto.
Há, no entanto, uma reportagem interna na revista Veja,
apenas para que a vergonha não seja completa. Intitulada “O mensalão
bate na porta”, o texto assinado por Daniel Pereira e Rodrigo Rangel diz
que “Lula se cala diante das revelações do empresário Marcos Valério”.
Na verdade, quem se calou foi Veja, que colocou na boca
de um empresário condenado por vários crimes frases que o próprio já
negou e tentou incitar o ex-presidente Lula a bater boca publicamente
com uma pessoa que não deve estar vivendo seu melhor momento emocional.
Ao contrário do que diz Veja, não houve silêncio. Ao
contrário. Uma nota assinada por presidentes de seis partidos denunciou a
tentativa de golpe paraguaio, iniciada por Roberto Civita, a partir de
uma “entrevista” sem fita, sem áudio e que, provavelmente não existiu.
Apenas uma trucada irresponsável sem Zap.
Fonte: 247
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