Como esperado, a grande imprensa não tem dado
destaque a grande rede de solidariedade formada por milhares de brasileiros
através das redes sociais, para arrecadarem fundos e pagarem as multas impostas
pela Justiça ao réus do PT do chamado “mensalão”. O primeiro a ser contemplado
por essa solidariedade foi o ex-deputado José Genoíno, vítima de julgamento de
exceção praticado pelo STF e, portanto, vítima de uma injustiça sem precedente
na mais alta Corte do país. Os réus do “mensalão” tiveram seus direitos de
defesa cerceados, foram negados a eles o direito de presunção de inocência e o
mais grave negaram aos mesmos o direito de acesso aos autos do relatório do
inquérito 2474 que trata dos réus que estão na AP-470.
Esse
inquérito 2474 vinha sendo mantido em sigilo de Justiça pelo ministro Joaquim
Barbosa desde de março de 2007 e que agora foi liberado ao público pelo
ministro Ricardo Lewandowski. Esse inquérito derruba a tese do mensalão, pois
prova que não houve dinheiro público no processo do mensalão, e que todo
dinheiro envolvido vieram da Visanet, uma empresa privada, sendo assim a tese
de peculato caiu por terra. Também demonstra que quem irrigou o valerioduto foi
o banqueiro Daniel Dantas, esse senhor doou mais de 150 milhões de reais a
Marcos Valério para suas empresas de publicidades entre os anos de 2000 e 2005.
Fica evidente que Barbosa sonegou todas essas e outras informações de grande
importância para defesa dos réus, pois tinha único objetivo de condená-los sumariamente
sem direito a defesa.
Joaquim
Barbosa agiu de forma autoritária e grosseira durante todo o julgamento da
AP-470. Foi mal educado com seus pares, agiu de má fé com os réus sonegando
provas que poderiam livrar vários deles da punição. Mas, a farsa desse
julgamento começa a ser desfeita pelo acesso ao inquérito 2474 e por boa parte
das pessoas que realmente querem ver um Estado democrático de direito
funcionando de verdade em nosso país. Enquanto se fazia a chamada vaquinha para
José Genoíno e agora para Delúbio Soares, o ministro Barbosa passeia de férias
com diárias de 14 mil reais pagas com o dinheiro do contribuinte brasileiro.
Perguntado por um jornalista o que acha de tudo isso, apenas respondeu “tudo
isso é bobagem”. Um ministro usa dinheiro público em suas férias particular e
acha que é bobagem. Isso só acontece no Brasil e, em qualquer país sério, esse
cidadão teria que no mínimo dá explicação do uso desse dinheiro.
Infelizmente
nós temos um poder judiciário muito poderoso, que praticamente não dá
satisfação nenhuma a sociedade de suas ações. Não existe no Brasil um
verdadeiro controle externo do judiciário. Alguém pode dizer temos o CNJ
(Conselho Nacional de Justiça), mas esse conselho é composto por juízes e o seu
presidente é o próprio presidente do STF. Entre os três poderes da República, o
Judiciário é de longe o menos democrático e esse pensamento não é só meu, veja
o que diz o jurista Carlos Marés “Um magistrado só é punido se for pego com a
boca na botija roubando. É um poder muito grande para um único indivíduo. Os
juízes que chegam numa comarca são autoridades máximas. No mínimo, teria que
existir a possibilidade de um tipo de impeachment popular ou controle
democrático-popular da comunidade sobre o juiz”.
O que
mais nos preocupa é a politização da justiça. O STF é a instância que se tem
mais politizado isso, ficou evidente com julgamento do “mensalão”. Os ministros
daquela Corte agiram vergonhosamente para prejudicar um determinado partido
político e beneficiar outro. O PT foi achincalhado nesse corte enquanto outro
processo que envolve o PSDB, o chamado mensalão tucano, que é mais antigo do
que o do PT, dorme em berço esplêndido dentro da gaveta desse egrégio tribunal
sem data prevista para ser julgado. Como bem definiu o Constitucionalista português
José Gomes Canotilho, quando de passagem aqui pelo Brasil para lançar seu
último livro, disse que o nosso STF é corte suprema mais poderosa do mundo. Ele
afirma também que na Europa não existe nada parecido com o STF. Nenhum país
europeu possui uma corte que possui tantos poderes como a nossa.
Se faz necessário repensarmos os
poderes da República brasileira, pois não se pode ter um poder tão poderoso
assim, em detrimento ao os outros dois: Executivo e Legislativo. Como bem
definiu Montesquieu os poderes tem que serem
independentes e harmônicos, um não pode ter mais poder do que o outro e que
todos eles sejam exercidos em nome do povo. Os tribunais só são soberanos,
porque a soberania pertence ao povo e ela é feita em seu nome. Portanto os
ministro do STF deveriam ser eleito pelo povo e não indicados pelos presidente
da república. Esperamos que as cortes internacionais possam anular esse
julgamento de exceção feito pelo STF contra os membros de um partido político
sem nenhuma prova contra os réus e, mesmo assim, foram condenados a cumprir
pena e pagarem altas multas que só a solidariedade dos brasileiros que lutam
por justiça foi capaz de pagar.
Texto escrito pelo colaborador do blog: Professor José Fernando da Silva, Graduado e pós graduado em História pela UPE: Garanhuns-PE.
Texto escrito pelo colaborador do blog: Professor José Fernando da Silva, Graduado e pós graduado em História pela UPE: Garanhuns-PE.
Caro Fernando,
ResponderExcluirVocê foi simplesmente inspirado ao escrever este artigo. Nele, você disse o que a grande maioria dos brasileiros sente. Este artigo é digno de postagem nos mais influentes órgãos de comunicação do Brasil. Parabéns e tenho certeza que mais cedo ou mais tarde esta justiça injusta será desmascarada.
Samuel Salgado
Concordo em gênero, número e grau com o artigo. Parabéns!
ResponderExcluirJosé Carlos.
Excelente texto esse judiciário é uma vergonha.
ResponderExcluirSem duvida nenhuma nosso país está vivendo a ditadura da torga. Já passou da hora da sociedade dá um basta nisso. Precisamos q as nossas instituições funcione de verdade.
ResponderExcluirMatou a pau, Fernandão.
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