247 - A
ascensão do porta-voz da presidência da República, Thomas Traumann, ao
cargo de ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo
federal, no lugar da ministra Helena Chagas, deixou um setor da
sociedade em alerta: a chamada imprensa familiar, rotulada por grupos de
esquerda como "Partido da Imprensa Golpista". E antes mesmo que a
mudança fosse confirmada, num processo natural dentro do Palácio do
Planalto, uma vez que a ministra Helena Chagas já havia demonstrado a
intenção de deixar o cargo em outras ocasiões e Traumann seria seu
substituto natural, diversos colunistas foram escalados para atacar a
escolha de Dilma.
A primeira jornalista a demonstrar
preocupação com a mudança, na Globonews, foi a colunista Cristiana Lôbo,
que apontou uma suposta proximidade maior entre Traumann e dois
jornalistas que comandarão a campanha da presidente Dilma à reeleição:
João Santana e Franklin Martins (leia aqui
sua coluna no G1). Também no sistema Globo de comunicação, Gerson
Camarotti comentou que "ataques do PT" motivaram a saída de Helena
Chagas (leia aqui). Ele também previu maior "enfrentamento" com a imprensa.
Na Folha, de Otávio Frias Filho, a
mudança foi anunciada como uma medida para "mudar a relação com a
mídia", destacando ainda o papel da Secom no gerenciamento dos recursos
da publicidade governamental (leia aqui).
E, em Veja, quem partiu para o ataque foi Reinaldo Azevedo, afirmando
que o que está em jogo é a concessão de "mais dinheiro" ao que ele chama
de "blogs sujos" (leia aqui).
Curiosamente, Traumann teve
passagens bem-sucedidas, como repórter e editor, pelos três veículos que
decidiriam criticá-lo: Folha, Veja e Época, que pertence à Globo. Como
jornalista, construiu a reputação de um profissional moderado,
equilibrado e sempre disposto a ouvir todos os lados envolvidos nas suas
apurações. Como porta-voz da presidência da República, manteve relações
construtivas com repórteres e editores de todos os veículos. Sobre o
que fará na Secom, sua política
de comunicação nem sequer foi anunciada, mas o fato é que as primeiras
reações dos grupos Folha, Globo e Abril não deixam dúvidas: eles estão
com medo. Isso faz sentido?
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