quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Congonhas: má ideia


Outro bem público que a equipe econômica quer vender é o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Não é uma boa proposta.

Congonhas é um aeroporto que funciona bem e dá lucro à Infraero. Uma privatização de aeroporto é justificável se há necessidades de investimentos para melhorar o serviço. Construir uma nova pista. Erguer um novo terminal. Isso foi feito em Guarulhos, Brasília e Viracopos, por exemplo.
Em Congonhas, não há espaço físico para ampliação. Nem isso é desejável na área central em que ele se encontra. Já é um aeroporto com bastante movimento para a região em que se localiza.
Logo, a privatização seria vender uma joia da coroa para cobrir despesas correntes. Só serviria para ajudar a equipe econômica a fazer caixa para cumprir uma meta deficitária que mudou, ampliou e não sabe se será atendida.
O efeito sobre a Infraero pode ser desvastador, porque a receita de Congonhas ajuda a empresa a administrar aeroportos regionais que não são rentáveis. Sem Congonhas e com esses aeroportos regionais, teríamos uma estatal com mais problema de caixa e dificuldade para investimentos.
A venda de Congonhas é mais um exemplo do fracasso do ajuste fiscal da equipe econômica de Henrique Meirelles. É um ajuste que só pensa no fator financeiro. O Brasil parou de fazer investimentos públicos e privados. Privatizar Congonhas é uma ideia ruim, que pode, inclusive, encarecer o preço das passagens e dos serviços cobrados dos usuários.  (Kennedy Alencar)

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