Marco Damiani, 247 – Baixem a crista os críticos
irresponsáveis da Petrobras. É de conhecimento do mercado há algumas
horas que a estatal brasileira de petróleo retomou o primeiro lugar no
ranking das maiores companhias da América Latina, posição que vinha
sendo ocupada pela Ambev, de Jorge Paulo Lehman. A empresa comandada
pela funcionária de carreira Graça Foster chega a US$ 108,57 bilhões de
valor de mercado, poderio que a coloca acima da companhia de bebidas
(US$ 105,56 bi), do Itaú Unibanco (US$ 83,67), da mexicana American
Movil (US$ 83,5) e da colombiana Ecopetrol (US$ 71,23 bi).
O levantamento é da respeitada consultoria Ecomática, com base no
preço de mercado das ações negociadas em bolsa. Para a estatal, o
reconhecimento chega num momento de paz e produtividade interna, e
guerra aberta nos meios políticos. Sob o comando de Graça, a companhia
passou a executar nos últimos três anos políticas de longo prazo que
tinham como base a prospecção de petróleo, uma verdadeira obsessão da
atual presidente. Respaldada pela presidente Dilma, com quem tem uma
sintonia quase telepática, sua gestão foi sacudida por ataques
especulativos em todas as frentes.
No principal front da guerra, o mercado financeiro, as ações da
Petrobras foram derrubadas ao piso de R$ 12,64, em fevereiro, mas nesta
quarta-feira 6 chegavam a R$ 20,22, com alta de 3,10% no dia, às 13h50. A
subida com jeito de disparada vai sendo atribuída ao posicionamento do
ministro da Fazenda, Guido Mantega, ontem, admitindo à agência Reuters
que este ano, "a exemplo do que tem acontecido todos os anos", um
reajuste no preço dos combustíveis poderá ocorrer até dezembro. De
fato, no ano passado, em novembro, a gasolina subiu 3% e o óleo diesel.
Também houve reajustes em 2012.
Mais que isso, os fundamentos da Petrobras também estão se mostrando
cada vez mais sólidos, depois de terem resistido a diversos tipos de
especulação. Talvez se tente atribuir a alta exclusivamente ao
pronunciamento de Mantega, mas para a alta superior a 3% certamente o
mercado também está reconhecendo que a companhia merece ser avaliada com
seriedade e sem partidarismo. Por seus resultados.
A Economatica apurou que o valor de mercado da Petrobras ultrapassou o
da AmBev em 5 de agosto. Esta situação já tinha acontecido em 22 de
julho do ano passado, mas logo a estatal voltou para a segunda posição. O
maior valor de mercado já atingido pela empresa na sua história foi no
dia 21 de maio de 2008: US$ 309,48 bilhões. Os pessimistas podem dizer
que a estatal vale hoje um terço do que já foi. Mas também dá para
enxergar o quanto se pode crescer.
A personagem pública responsável pela Petrobras não se abala com as
críticas e sabe comemorar suas conquistas. No mês passado, a Petrobras
quebrou o recorde de extração de barris de petróleo do pré-sal,
ultrapassando a marca dos 500 mil.
- Nosso plano de investimentos para 2017 não prevê a necessidade de
nenhuma injeção de capital, lembrou a presidente, em junho, a
jornalistas de meios eletrônicos.
- Nós estamos conseguindo produzir um círculo virtuoso, no qual
prospectamos mais, descobrimos mais e aumentamos, assim, as nossas
receitas. Você consegue aumentar a gasolina com um telefonema, mas não
consegue aumentar a produção de petróleo com um telefonema. Tem muito
trabalho atrás disso, frisou ela.
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