sábado, 15 de março de 2014

Clima tenso para transição interna no governo do Estado


Foto: JC Imagem
Foto: JC Imagem
Do Jornal do Commercio deste sábado (15)
Por Felipe Lima e Jumariana Oliveira
Um processo de sucessão que deixou fraturas expostas na relação entre governador e vice. Uma administração que sofrerá chacoalhada no secretariado estadual. O clima de incerteza macroeconômica que assusta os investidores privados e exige cautela dos gestores públicos este ano. Um orçamento amarrado e sob ameaças diretas de falta de fôlego para tocar novos projetos. A imposição de entregar um Estado ao sucessor em 2015 sem margem para acusações de “herança maldita”. O “caldeirão” que o vice-governador João Lyra (PSB) está mexendo para assumir o governo Eduardo Campos (PSB) a partir de 4 de abril, até agora, está gerando um caldo grosso e difícil de digerir.
Nessa sexta (14), após várias reuniões entre Lyra e o secretariado estadual durante a semana, o vice encontrou-se com Eduardo. Na pauta oficial, apenas uma conversa sobre ajustes e afinação desse processo de transição. A reunião durou cerca de três horas e não contou com a participação de mais ninguém, o que deixa evidente que os dois tiveram um encontro marcado pela tensão.
Por maiores que sejam os esforços dos aliados em negarem, é azedo o clima entre o governador e o vice. Pessoas de trânsito com Lyra argumentem que a tradição política de 60 anos da família vai pesar para um diálogo mais profissional nesse momento de transição. Mas é essa palavra que incomoda. Mesmo estando no governo socialista há mais de sete anos, está em curso uma mudança de comando com contornos que se assemelham aos de gestões distintas.
Alijado das discussões sobre a escolha do candidato à sucessão de Eduardo Campos – o escolhido foi o secretário da Fazenda, Paulo Câmara (PSB) -, o vice-governador deu um passo para o início da sua gestão, indo de encontro à expectativa de que seu governo vai ser um braço da administração de Eduardo. Ao longo da semana passada, Lyra decidiu mergulhar nos dados do governo.
O vice-governador se preocupa em estar preparado para o ano de 2014. O primeiro obstáculo está no orçamento espremido. A informação é que teria disponível 30% dos R$ 3,7 bilhões em investimentos para rubricas com seu DNA.

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