247 – O criminalista José Roberto Batochio, que
defende o ex-ministro Antonio Palocci no âmbito da Operação Lava Jato,
condenou duramente o vazamento de informações do processo, enquanto a
defesa não consegue ter acesso aos autos. "Quem vaza informações é
delinquente, é criminoso. Não se combate crimes praticando ilicitudes",
afirmou.
A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar Palocci, a
pedido do juiz Sérgio Moro, que coordena a Lava Jato. Palocci foi citado
pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em delação premiada,
como alguém que teria pedido dinheiro ao doleiro Alberto Youssef para a
campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. Youssef nega os fatos e
afirma não conhecer Palocci. Para ele, Costa está equivocado.
"Há um estranho interesse de se manter este assunto na berlinda,
interesse este que não se consegue detectar muito bem qual seja, a não
ser que haja uma campanha perante a opinião pública, uma atuação fora
dos autos", disse Batochio. "É a única coisa que explica uma notícia
antiga como se fosse recente", sugeriu.
"Eu quero registrar minha total estranheza. Já fiz cinco petições
para ter acesso a essas investigações, de acordo com o que é
estabelecido pela Súmula Vinculante 14, do Supremo Tribunal Federal. Mas
eu não consigo, à defesa de Palocci não é dado acesso a qualquer tipo
de informação. A imprensa sabe, mas a defesa não sabe", acrescentou
ainda o advogado, segundo reportagem publicada no blog de Fausto Macedo.
Para Batochio, "tudo isso parece uma coisa surrealista". "Isso
precisa ter um fim. Não é lícito proibir a defesa de ter acesso aos
autos. É preciso que se restabeleça a legalidade. Se a lei diz que a
defesa tem que ter acesso, a defesa tem que ter acesso. O império da lei
precisa ser restabelecido", defendeu.
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