Em
comemoração ao Dia Mundial da Água, o governador Paulo Câmara lança,
nesta terça-feira (24), o “Águas de Suape”, um programa pioneiro no
Brasil. O ato será às 11h, no Palácio do Campo das Princesas. A
iniciativa vai recuperar o Riacho Algodoais, no Cabo de Santo Agostinho,
e promover educação ambiental com as 15 famílias residentes no entorno
do curso d´água, que tem dez quilômetros de extensão e corta as zonas
industrial e de preservação ecológica de Suape. A execução do programa
prevê investimentos da ordem de R$ 8 milhões.
O
“Águas de Suape” faz parte do plano de ação de meio ambiente e
sustentabilidade do Complexo para este ano, cujos investimentos totais
somam R$ 20 milhões. Além dessa iniciativa, o plano prevê, entre outras
atividades, restauração de mata atlântica, recuperação de mangue, estudo
da fauna marinha e inclusão socioprodutiva para famílias no entorno de
Suape.
A
primeira parte do programa é o projeto “Jardim Algodoais”, que usará a
técnica de aplicação de plantas que se alimentam das impurezas
despejadas no riacho, deixando a água limpa em apenas seis horas. A
recuperação do curso d’água, com o desassoreamento e o restabelecimento
da fauna e da flora locais, ocorrerá de três meses a um ano, assim que
for iniciado o cultivo das plantas, o que está previsto para ocorrer no
próximo semestre. O jardim deve ser percebido pela população até o fim
deste ano. Antes disso, a administração de Suape trabalhará no projeto
executivo e na realização de obras no riacho.
“É
com ações como essa que vamos desenvolver no Riacho Algodoais, que
conseguiremos transformar o Complexo de Suape numa referência na
preservação dos mananciais, mostrando ao mundo que é possível gerar
desenvolvimento econômico com respeito ao meio ambiente”, destaca o
secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do
Complexo Industrial Portuário de Suape, Thiago Norões. Em janeiro deste
ano, Suape criou a Diretoria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, que
estará à frente dessa e de outras iniciativas nas áreas ambientais e
sociais no Complexo.
O
riacho deve ser recuperado com o cultivo de plantas nativas.
Atualmente, existem 38 espécies disponíveis no Brasil. O uso dessas
plantas restauradoras da vida aquática é mais eficaz do que os métodos
convencionais de recuperação de cursos d’água, tais como estações de
tratamento de lodo ativado ou lagoas de decantação, porque remove mais
de 90% dos poluentes da água e evita assoreamento, o que as técnicas
tradicionais não realizam por se concentrarem apenas na filtragem da
água. Cerca de 60 profissionais serão mobilizados para deixar o
Algodoais limpo, implantar uma bela paisagem nas margens e trabalhar com
a população do entorno para garantir a preservação do local. A equipe
multidisciplinar envolverá arquitetos, biólogos, engenheiros ambientais e
sanitaristas, pois o maior agente contaminante de doenças é a água,
além de operários da construção civil e jardineiros.
NASCENTES –
Afora a recuperação do Riacho Algodoais, a administração de Suape
investirá em um estudo das nascentes desse curso d’água, iniciado no
Engenho Rosário, no Cabo de Santo Agostinho, e com término no Rio
Massangana, no Engenho Tiriri, também no Cabo. Ao todo, nove engenhos
compõem a microbacia do Algodoais, contando com o próprio Algodoais, que
dá nome ao riacho, Rosário e Tiriri. São eles: Setúbal, Serraria,
Tabatinga, Propriedade, Meio e Massangana.
O
trabalho é a segunda etapa do “Águas de Suape”. Inédito no Complexo
Industrial Portuário, o projeto “Nascentes” vai identificar as
nascentes, desenvolver um plano de manejo e recuperação, bem como
promover oficinas de educação ambiental para as comunidades do entorno
do riacho. Sua execução ocorrerá em parceira com o Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) – Campus Cabo de
Santo Agostinho, servindo, inclusive, para formar estudantes do curso
técnico de meio ambiente da instituição.
O
“Nascentes” beneficiará 65 pessoas que atualmente moram nas margens do
Algodoais. E, por residirem em área industrial, essas pessoas em breve
serão realocadas para o Conjunto Habitacional Nova Vila Claudete –
Governador Eduardo Campos, que terá 2.620 casas no Cabo de Santo
Agostinho. O habitacional já está em obras de terraplenagem. O primeiro
lote com 810 casas deve ser entregue em dezembro deste ano. O
habitacional servirá para abrigar não só as famílias de Algodoais, mas
também as famílias que residem em outras áreas industriais e de
preservação ecológica do território de Suape.
SOBRE SUAPE –
Âncora e locomotiva do desenvolvimento econômico de Pernambuco, o
Complexo Industrial Portuário de Suape abriga um dos portos públicos
mais eficientes do País e possui 150 indústrias em operação e em
implantação, gerando emprego e renda para milhares de trabalhadores. As
atividades portuárias e industriais ocorrem em um local que respeita o
meio ambiente, tanto que 59% dos 13,5 mil hectares do território de
Suape são destinados à preservação ambiental. Desde 2010, a
administração do Complexo Industrial Portuário vem trabalhando na
restauração de mais de 900 hectares de mata atlântica, o equivalente a
900 campos de futebol. Só em 2014, foi iniciada a restauração de 413
hectares. Todo esse trabalho comprova o compromisso do Governo de
Pernambuco de promover o desenvolvimento com sustentabilidade para seus
cidadãos.
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