Mais de 30 mil alunos voltam às aulas a partir da próxima segunda
Da Folha de Pernambuco
Após 82 dias em greve, os professores da rede municipal de ensino
decidiram encerrar o movimento, nesta sexta-feira (16). A paralisação
foi a maior registrada na história da cidade e foi encerrada após a
decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco, que considerou a greve
ilegal. Com a decisão, mais de 30 mil alunos voltam às aulas a partir da
próxima segunda-feira (19), nas mais de 120 escolas espalhadas nas
zonas urbana e rural da cidade.
Mesmo com o fim da greve o clima entre prefeitura e docentes segue
tenso. Por meio de nota a prefeitura garantiu aos professores a retomada
da mesa de negociação, o direito dos trabalhadores, a devolução dos
salários descontados dos docentes ao longo da greve e assegurou aos
alunos a reposição das aulas. O entrave está justamente no calendário.
Os docentes não aceitam a imposição de datas e querem debater a
situação, como explicou o presidente da Associação dos Trabalhadores em
Educação, Fred Santiago. “Os professores não aceitarão, em hipótese
alguma, um calendário de reposição das aulas imposto autoritariamente
pela Secretaria de Educação. O mesmo deverá ser construído
coletivamente, inclusive com a participação do Ministério Público”,
disse.
Mesmo com novos embates a vista, o fim da greve foi recebido com certo
alívio por alguns líderes do movimento. O presidente do Sismuc, Eduardo
Mendonça, disse que a situação chegou ao limite e o melhor caminho foi a
decisão tomada na assembleia. “Essa greve chegou aonde podia ter
chegado. Temos na cabeça um peso da decisão da judicial. A categoria
decidiu terminar com a paralisação, mas acabou apenas a greve, não a
luta”. Ele explicou ainda que vai tentar uma reunião com secretário de
administração, Antônio Ademildo, para assegurar que a prefeitura
apresente um documento se comprometendo que não vai haver perseguição de
nenhum professor.
O secretário Antônio Ademildo falou em nome da prefeitura e disse que
vai tentar recuperar o tempo perdido. “A prefeitura agradece aos
professores que voltaram às atividades normais e que, assim, colocaram,
acima de tudo, o interesse dos alunos da rede municipal que dependem da
educação para construir um futuro melhor”, disse. Os professores ainda
lutam na justiça para reformular o PCC da categoria e o pagamento do
reajuste de 8,23% no piso salarial.
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