JOSIAS DE SOUZA

Quando
fez a doação, a beneficiária do veredicto era contadora. Em 2003,
recebera uma quantia alta por um trabalho que realizara. Um pastor da
Universal passou a pressioná-la pelo dízimo. Pedia “um sacrifício em
favor de Deus.” Conforme demonstrado no processo, o pastor fez marcação
cerrada.
Além
de disparar telefonemas, o representante da Universal realizava visitas
à casa da fiel endinheirada. Ela acabou cedendo. Doou os R$ 74 mil em
duas parcelas. Na sequência, o pastor-zagueiro sumiu da igreja. E a vida
da doadora virou um inferno. Desempregada, ela comeu o pão que o
Tinhoso amassou. Em 2010, foi à Justiça para reaver o dízimo.
No
recurso ao STJ, a Universal alegou que as doações constituem parte de
sua liturgia. Sustentou que a Bíblia prevê as oferendas a Deus.
Argumentou, de resto, que o Judiciário não deveria se meter na encrenca,
sob pena de ferir a liberdade de crença e criar obstáculos ao exercício
do culto religioso. Não colou.
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