sexta-feira, 17 de abril de 2015

PT agora dispara contra doadores de Alckmin

247 - Com um flanco aberto aos críticos por conta da prisão do ex-tesoureiro João Vaccari Neto, o PT saiu da defensiva nesta sexta-feria, 17, e apontou para a campanha do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Em reportagem da Agência PT de Notícias, o partido mostrou que dos R$ 40,3 milhões arrecadados com doações para a campanha à reeleição de Alckmin no ano passado, R$ 12,37 milhões tiveram origem nas 13 empresas denunciadas por fraudes e formação de cartel em contratos relativos à linha 5 do metrô paulistano, que ficou conhecido como “Trensalão Tucano”. 
Além do "Trensalão", duas das três maiores doadora à campanha do governador paulista estão diretamente envolvidas nas investigações da Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras: a construtora Queiroz Galvão, a maior doadora, com R$ 3,9 milhões, e a construtora OAS, que doou R$ 1,2 milhão à reeleição de Alckmin. A segunda maior doadora foi a Serveng Civilsan, com doação exclusiva a Alckmin, de R$ 2,8 milhões.
Além dessas, também fizeram doações oficiais à campanha de Alckmin, que aparecem na prestação de contas do candidato ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Andrade Gutierrez, CR Almeida, Tiisa e Carioca Engenharia. 
Conforme o PT, investigações conduzidas pela Polícia Federal, Ministério Público (Federal e de São Paulo) e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre o cartel de trens e do metrô abrangem o período de 1988 a 2018. Elas ganharam impulso com as delações da ré confessa Alstom, multinacional que passou a colaborar com as autoridades brasileiras em 2012. Ela integrava o cartel.
Foi de 7,5% a participação do governador na arrecadação, de acordo com testemunhos colhidos pelo Ministério Público e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) citados em reportagem da revista IstoÉ. Aplicada essa taxa ao valor retido judicialmente (mais de R$ 418 milhões), as doações do cartel ao tucano naquele período pode alcançar mais de R$ 32 milhões, não declarados.

O valor refere-se apenas a ação que corre na Vara da Fazenda de São Paulo, já que, em outro processo, a Justiça Federal decretou a retenção de outros R$ 614,4 milhões, em dezembro, das contas de cinco multinacionais e uma companhia nacional, acusadas de participação no cartel.

Considerados os R$ 1,9 bilhão contratados pelo cartel com os governos de São Paulo e Distrito Federal, o superfaturamento estimado pelo Ministério Público e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) é de R$ 557 milhões.

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