domingo, 1 de fevereiro de 2015

Escolha seu candidato. E perca

Carlos Brickmann
É um acontecimento sem muito charme, mas a eleição para presidente da Câmara dos Deputados, a ser disputada hoje, é bem importante: define a linha de sucessão presidencial (o vencedor fica logo abaixo do vice Michel Temer), dispõe de verbas abundantíssimas, não precisa mostrar serviço à população, tem poder para ajudar ou atrapalhar (em muito) o Governo Federal, define quem recebe mais ou menos mordomias. Um sonho de consumo, enfim. E, nessa disputa de ampla repercussão, os partidos capricharam: entre Eduardo Cunha, do PMDB, e Arlindo Chinaglia, do PT, é difícil escolher qual é o candidato menos ruim.

Nenhum dos dois apresentou qualquer ideia para modernizar o Legislativo, torná-lo mais eficiente, reduzir as despesas. Só se falou em ampliar as vantagens oferecidas ao nobres deputados. Há a disposição até de construir um novo edifício, para que as Excelências tenham mais conforto em sua árdua labuta. O custo da obra é estimado em R$ 400 milhões. Se houver aditivos, virão depois.

Quem são os candidatos? Arlindo Chinaglia, do PT paulista, já foi presidente da Câmara, e poucos se lembram de algo que tenha feito. O Governo promete cargos para dar-lhe votos. Eduardo Cunha, do PMDB fluminense, iniciou a carreira no Governo Collor e não saiu mais de perto do poder. O repórter Jorge Moreno, de O Globo, afável e de fácil relacionamento, costuma designá-lo pelo apelido de "Coisa Ruim". Moreno não costuma ter inimigos, mas costuma ter razão.

Cunha é favorito, Chinaglia pode ganhar. O caro leitor certamente vai perder

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