terça-feira, 17 de junho de 2014

Ação da PMPE expõe divisão no grupo político de Eduardo

Realizada na manhã desta terça-feira (17), a reintegração de posse de um terreno na região central do Recife expôs um crescente racha dentro do PSB de Pernambuco, principal feudo de Eduardo Campos, pré-candidato da legenda à Presidência da República Eduardo Campos. O Governo do Estado, comandado desde abril por João Lyra Neto (PSB), foi criticado publicamente pelo prefeito da capital e afilhado político de Eduardo, Geraldo Júlio (PSB).

Ordenada pelo governo estadual e executada pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar, a reintegração de posse retirou do terreno manifestantes contrários ao Projeto Novo Recife, tocado pelas principais empreiteiras de Pernambuco.

Em nota, o prefeito Geraldo Julio condenou o método utilizado pela PM. “A prefeitura entende que o melhor caminho para a desocupação do terreno seria através de uma solução negociada e pacífica”, disse o gestor na nota.
Recentemente, o prefeito assumiu a mediação das discussões entre as construtoras e o Movimento Ocupe Estelita, que reúne pessoas e entidades contrárias ao empreendimento.

Muito próximo de Eduardo Campos, o ex-secretário de governo e ex-presidente do PSB de Pernambuco, Milton Coelho, também criticou a ação. Em uma rede social, ele disse que até governos alinhados com o Regime Militar tiveram uma postura menos violenta em relação a manifestações pacíficas no estado.

Questionado, o secretário da Casa Civil do Recife, Luciano Vasques, disse apenas que a reintegração de posse está amparada em decisão judicial e que eventuais abusos por parte da polícia serão apurados.

Quando ainda era vice de Eduardo, João Lyra Neto queria ser indicado para a sucessão, mas foi preterido. Desde então, cresceram os ruídos entre aliados do atual governador e os chamados “eduardistas”.

Recentemente, por exemplo, o governador mandou devolver à Fifa o camarote comprado por R$ 750 mil na Arena Pernambuco para os jogos da Copa do Mundo, ordem irritou aliados de Eduardo, uma vez que muitos empresários já haviam sido convidados para o camarote. Os ingressos, então, tiveram que ser revendidos a empresas instaladas no Porto de Suape.(
Valor.)

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