
Ele e outros estrangeiros
foram cercados em um protesto do Simec (Sindicato dos Médicos do Ceará),
ao sair do primeiro dia do curso do programa Mais Médicos.
"Me impressionou a
manifestação. Diziam que somos escravos, que fôssemos embora do Brasil.
Não sei por que diziam isso, não vamos tirar seus postos de trabalho",
afirmou ele. O protesto em que manifestantes chamavam os cubanos de "escravos" foi gravado em vídeo pela Folha.
O médico disse que veio ao Brasil por vontade própria e que já trabalhou no Haiti.
"Isso não é
certo, não somos escravos. Seremos escravos da saúde, dos pacientes
doentes, de quem estaremos ao lado todo o tempo necessário", afirmou.
"Os médicos brasileiros deveriam fazer o mesmo que nós: ir aos lugares
mais pobres prestar assistência", completou.
Delgado diz
acreditar, no entanto, que "não são todos" os médicos brasileiros que
rejeitam a presença dos cubanos e acha que será possível dar assistência
aos brasileiros mesmo em condições de infraestrutura precária. "O
trabalho vai ser difícil porque vamos a lugares onde nunca esteve um
médico e a população vai precisar muito de nossa ajuda", disse.
Ele afirmou
ainda que o desconhecimento da língua portuguesa não será um empecilho e
que a população brasileira "aceitará muito bem os cubanos".
"Nenhum de nós vai voltar a Cuba. Estamos com vontade de começar logo a trabalhar e atender a população." (Folha de S.Paulo)
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