sexta-feira, 27 de junho de 2014

Aécio pisou na bola com declaração sanguessuga

Presidenciável espera contar com governistas pouco comprometidos (Foto: Maurício Ferry)
A candidatura presidencial do senador Aécio Neves tem sido conduzida de uma forma impressionante. Ao estilo mineiro, o parlamentar foi costurando apoios e palanques importantes, inclusive em antigos ambientes governistas, para se notabilizar como principal adversário da presidente Dilma Rousseff na corrida sucessória. Cresceu nas pesquisas e praticamente está impondo um segundo turno. Contudo, o tucano deu uma pisada na bola daquelas ao sugerir que prováveis futuros aliados “suguem um pouco mais” e depois faça a migração para a oposição. Um contrassenso para quem está pregando uma mudança completa nas práticas da gestão pública federal.
Uma fala dessas, se bem usada no guia eleitoral, pode sugar (já que gostou do termo) pontos percentuais importantes no meio da corrida sucessória, e com a força das redes sociais pode ser disseminada de forma gigante, sobretudo com a comparação entre o discurso crítico ao PT e a forcinha para a continuidade de falta de compromisso com a coisa pública.
É bom lembrar que, nas eleições presidenciais de 2002, o cearense Ciro Gomes estava muito bem posicionado, ganhando a cada dia mais espaço e conquistando mais intenções de voto até ser traído justamente por sua boca. Declarações deselegantes, pouco usais e até ofensivas se voltaram contra o ex-ministro e ele teve que assistir de camarote a disputa entre Lula e José Serra no segundo turno.
A fala do presidenciável acaba ainda rotulando o seu mais novo aliado, o PTB, que deixou recentemente o governo da presidente Dilma sem dar grandes explicações. O partido, que segue comandado de dentro da cadeia pelo ex-deputado Roberto Jefferson, encontra dificuldades para respaldar o movimento junto à bancada federal e aos diretórios regionais. E, agora com a pecha de sanguessuga, vai ter trabalho redobrado.
Sem contar o fato de que Aécio, com esse tipo de aliado, indicaria que as tais mudanças que anda prometendo não devem encontrar muita facilidade para deixar o discurso e encontrar a prática. Vamos acompanhar para observar os efeitos desse arroubo do mineiro. O PSB já saiu na frente e escalou os coordenadores da campanha presidenciável Eduardo Campos para condenar a associação fala/prática/ética.(Do blog da folha)

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